quarta-feira, 31 de julho de 2013

Valorizar Atletas, parte do modelo de crescimento

Por José Albuquerque

Por mais que Nos habituemos, eu sinto que muitos Companheiros ainda não entenderam, verdadeiramente, que a Nossa SAD tenha um modelo de gestão que envolve a “valorização” e consequente venda de Atletas. Muitos não entenderam nem aceitam, chegando a culpar o Presidente por essa opção, considerando que ela explica a falta de melhores resultados desportivos. 

Deixando de lado os inconscientes que dizem “quero que se lixe a SAD, porque o que eu quero é títulos”, porque com malta dessa não há hipótese de discutir seriamente o Clube, este texto visa explicar, de uma forma clara e acessível aos que não tenham formação em economia, quais são as condições que determinam essa escolha da SAD. 
Para o efeito, o Leitor tem de me fazer dois favores: em primeiro lugar, tem de aceitar que quanto melhor for a situação económica e financeira da SAD (que gere o principal “negócio” do Benfica), melhores condições o Benfica terá para cumprir os sucessos desportivos que ambicionamos e, depois, uma vez aceite esse principio, o Leitor tem de ‘esquecer’ esses resultados (os desportivos) e concentrar-se nos aspectos económicos.

Falemos, então, do “negócio” do Benfica e comecemos por tentar defini-lo …

Afinal, o que é que o Benfica “vende”?
Kits Sócio? Camisolas? Quotas mensais? Bilhetes para a Catedral e os pavilhões? Publicidade? Conteúdos audiovisuais? Todos os anteriores juntos?
Fazendo uma síntese compreensiva de tudo isto, espero que aceitem a seguinte definição: enquanto Empresa, o Benfica “vende” Espectáculos Desportivos.

E vende esses espectáculos a quem? 
Aos patrocinadores, aos anunciantes, aos espectadores (os Sócios, os Adeptos e outros), ás empresas que distribuem conteúdos audiovisuais e ás entidades que organizam competições (oficiais, ou não) nomeadamente a UEFA.

Estando todos de acordo nestes pontos, passemos á análise da Nossa “concorrência”, até porque, por definição de Desporto, estamos a falar do único negócio que não permite o monopólio. 

Quem são, então, os Nossos “concorrentes”?
De entre a miríade de entidades que organizam e/ou participam em espectáculos desportivos, desde o Comité Olímpico Internacional, até ao ‘cascalheira berlinde clube’, fiquemo-nos pelos maiores clubes de futebol europeus, com os quais competimos directamente.
Ao nível nacional, competimos com o crac dos andruptos, A nível internacional, competimos com os mais fortes clubes, dos 9 ou 10 países europeus com campeonatos mais fortes e nos quais o futebol tem maior penetração.

Estamos todos de acordo?

Partindo do principio que sim, entremos no detalhe …

O Nosso concorrente a nível interno é um crac que na última década vendeu mais de 400ME em atletas e que, só neste exercício económico que terminou em 30 de junho p.p., vendeu 120ME com 4 atletas.
Com os proveitos extraordinários que resultaram dessas vendas, adicionados aos mais de 300ME de benefícios directos obtidos pela construção do estádio do ladrão (segundo o relatório do Tribunal de Contas) e ao usufruto quase gratuito do centro do olival, o crac tem conseguido manter-se competitivo em algumas modalidades e muito competitivo no que respeita ao futebol.
Mais ainda e apesar de ser um clubeco com muito menor capacidade para gerar proveitos operacionais, o crac há anos que consegue receber mais do que o Maior Clube do Mundo pelos seus direitos televisivos, fruto de uma ligação verdadeiramente mafiosa com o operador que, há mais de 20 anos, conseguiu atingir um controlo monopolista sobre o mercado português.

A nível europeu e mesmo sem contar com aqueles casos de clubes que se ‘vendem’ a milionários, temos uma boa dúzia de clubes que recebem, quer no chamado “match day”, quer, sobretudo, pelos seus direitos televisivos, entre 6 a 10 vezes mais do que o Glorioso tem recebido enquanto outra dúzia consegue entre 2 e 4 vezes mais. 
Sendo assim, em números redondos, temos mais de 2 dúzias de clubes que, por terem proveitos operacionais muito superiores aos Nossos, podem pagar salários (além da vantagem fiscal) que seriam proibitivos para a SAD.

Reparemos, por exemplo, no caso do Javi Garcia e digam-me como é que, depois de 3 épocas de exemplar profissionalismo, lhe poderíamos dizer que o não deixávamos ir ganhar mais do triplo do salário, porque achávamos pouco vendê-lo só pelo triplo do que tínhamos investido no seu “passe”.

Por maior que venha a ser o sucesso da Nossa TV (e eu espero que ele seja imenso), por mais rápido que passe a crise económica nacional que tem ‘comprimido’ parte dos Nossos proveitos, por mais rigorosa e inovadora que seja a gestão do Clube/Grupo, por melhores que fossem os resultados potenciais que, eventualmente, podemos esperar concretizar em alguns mercados externos, o Benfica não tem qualquer hipótese de competir, salarialmente, com as duas dezenas de clubes mais poderosos de Espanha, Inglaterra, Alemanha, Itália e França.

Perante esta realidade, não temos alternativa a optar por um modelo de crescimento que inclua a valorização de Atletas como uma fonte importante de proveitos e o que temos de fazer, em vez de ‘combater’ essa evidência, e tentar uma adaptação que minimize as consequências desportivas de ir ‘perdendo’, regularmente, alguns dos Nossos melhores Atletas. Sobre a estratégia que Nos permita essa minimização dos ‘prejuízos desportivos’, falarei no meu próximo texto.

A terminar, quero sublinhar que esta ‘deformação da concorrência’ que resulta do estreito mercado nacional, não pode ser ultrapassada até que a UEFA consiga impor a organização de um verdadeiro Campeonato Europeu de Clubes, com “duas voltas e jogando todos contra todos”. Com a eventual implementação de um modelo competitivo desse tipo, então sim, o Glorioso poderia ambicionar um salto qualitativo que, em alguns anos, esbateria as enormes desvantagens económicas actuais.

Viva o Benfica!           

19 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. «o Benfica “vende” Espectáculos Desportivos»

    Quando se escreve isto, sem sentir que há qualquer coisa de totalmente errado nesta concepção do que é o futebol, o clube e o Benfica, então não vale a pena.

    É triste que a maioria não entende verdadeiramente o que é a paixão pelo clube. O que é reconhecer um determinado valor cultural e desportivo na nossa equipa. O que é o afecto pelo legado histórico de uma associação de pessoas.
    Nestes amores, daqueles espontâneos, brutos e justos, não há espaço para dinheiro, sad's, compras e vendas. Nestes amores, os títulos e as vitórias não são a prioridade. Importante são as pessoas e a herança clubística. Importante são as histórias e aventuras que temos para contar, e que ficarão irremediavelmente ligados ao nosso clube.

    Quando vou ver um jogo do Benfica, seja onde for, seja em que momento for, não vou para «comprar» um espectáculo desportivo. Vou para estar em comunhão.
    Apesar de ateu, a minha religião é o Benfica. Imagino como seria para um crente, subtraindo-lhe a missa, lhe vendessem um «espectáculo religioso».

    «o Benfica “vende” Espectáculos Desportivos»

    Afinal, quem é que não está a discutir seriamente o clube?

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    1. Vou deixar a resposta para o autor do post, mas digo-te já, que, quer assines Campos, ou C-zero, o teu estilo de escrita denuncia-te com alguma facilidade.
      E porque não assumires o debate sem esse subterfúgio?

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    2. visao irrealista... apesar de sonhadora e bastante distante...

      Como todos gostavamos de viver o Benfica dos tempos em que 1 jogador se estreava de aguia ao peito e acaba a carreira de aguia ao peito, longe vai o tempo em que eramos melhores porque os nossos jogadores sonhavam em jogar aqui, porque no fundo nao existia o dinheiro que existe hoje.

      mas hoje é completamente irrealista pensar assim, o mundo gira com dinheiro... tudo na nossa vida tem dinheiro á mistura, logo o futebol nao é impune.
      e infelizmente apesar de gostar do amor á camisola, fora alguns casos... o jogador de futebol como qualquer profissional quer mais e melhor... ás vezes o trabalho nao compensa, mas monetariamente para tua vida sim... e apesar de nao concordar nao quer dizer que nao compreenda.

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    3. Por acaso meu caro - sem qualquer intuito ofensivo - até acho que as religiões vendem espectáculos religiosos vendendo Deuses a crentes.
      Note que a concepção Deus é algo pessoal e privado de cada ser humano. Para se crer não são precisos intermediários.

      Sem querer divagar. O que diz é bonito, sim. Mas se o Benfica nos tempos actuais ainda fosse gerido por idealistas seria já um defunto de que todos seriamos saudosos. Claro que os nossos filhos adeririam a algo que estivesse VIVO.

      Doi entender, mas a realidade é presente, por muito que a desejemos mudar.

      Viva o Benfica!

      RC

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    4. Enorme Campos, Companheiro,

      Vais perdoar-me, mas tenho de comecar pelo principio, ou seja, pela citacao mal intencionada que fizeste do que escrevi: algumas palavras antes, com um sublinhado (para ajudar os distraidos como tu), escrevi 2 palavrinhas muito simples que nao deverias ter esquecido ("enquanto Empresa"), se quisesses discutir o Nosso Benfica!

      Sabes, Companheiro, vivem diretamente 'do Benfica' mais de uma duzia de centenas de Familias (de Atletas, Tecnicos, Funcionarios e Colaboradores), aos quais poderemos adicionar, pelo menos, outras tantas que o fazem indiretamente (essencialmente, atraves de Fornecedores). Desprezar a realidade economica (e empresarial) do (Grupo) Benfica, nao me parece sinal de romantismo, outrossim de negligencia.

      Todos juntos, a escala universal, contribuimos para construir um mundo que me provoca muitas dores: recentemente, mais do que "classes sociais", assistimos a uma verdadeira condenacao de centenas de milhao de seres humanos a uma subexistencia (a uma subcidadania, de facto) que so nos pode chocar.
      Eu sou dos que acreditam que o Glorioso Sport Lisboa e Benfica, por todos os motivos que incluem alguns a que te referiste, pode contribuir para impedir a progressao daquela 'calamidade'.
      Para o efeito, para amplificar a sua eficacia enquanto Clube Desportivo e enquanto Comunidade multicultural, multigeracional e plurinacional de Valores, o Clube tem de se sustentar numa vertente Empresarial competente e coerente.

      Na minha qualidade de ex-Empresario (ja me reformei, ahahah) que sempre privilegiou as proprias responsabilidades no ambito social, tenho uma Imensa Vaidade na capacidade empresarial que o Clube vem patenteando, especialmente nos anos mais recentes.

      Mas, desde que passes a melhorar as tuas citacoes, podes contar com o meu respeito pela tua opiniao, mesmo discordando em absoluto.

      Viva o Benfica!

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  3. Concordo que o paradigma de gestão seja esse, neste momento.

    Mas não concordo que, com o estabelecimento a Benfica TV no mercado e com a sua internacionalização devidamente explorada comercialmente, não possa ser aberto um caminho alternativo que permita diminuir a disparidade atual relativamente à 1ª dúzia dos clubes europeus e aumentar assim capacidade de retenção (e negociação) dos jogadores que interessem ao clube, face ao rendimento desportivo que proporcionam.

    A verdade é que apesar de existir hoje um enorme desequilíbrio financeiro para os maiores clubes europeus, tal desequilíbrio não se reflete tão significativamente no desempenho em campo, porque há que reconhecer que em Portugal sabe-se reconhecer talento futebolístico e trabalhá-lo, tal como do ponto de vista tático e da preparação física das equipas somos melhores do que se faz noutros países europeus.

    Por isso, creio que se pode e deve ambicionar alterar significativamente a venda de jogadores como a fonte principal do clube, para uma das principais dentro de alguns anos (cerca de 35% das receitas). É que a alteração da capacidade de retenção no clube de ativos desportivos mais valiosos também fomentará aumento da visibilidade e da possibilidade de rentabilização de outras fontes de receitas, que hoje pecam por um desenvolvimento diminuto (parcerias, publicidades e patrocínios de empresas internacionais, num âmbito global e não apenas local).

    Não contesto que o desequilíbrio salarial e poder de investimento para os maiores clubes europeus continuará a existir, mas a sustentabilidade financeira e o nível competitivo desportivo do clube será maior que atualmente.




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    1. Superaguia,
      Por falta de tempo não vou desenvolver muito o assunto, mas parece-me mais que evidente que nessas considerações falta aí a vontade dos jogadores, dos fundos, dos investidores, dos empresários, etc.etc...

      O Benfica não está sozinho nos negócios. Tem parceiros, e em ultima análise o que prevalece sempre é a vontade dos jogadores...

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    2. Eu tenho a expectativa de ver o Benfica obter receitas na ordem de 150Me, excluíndo a venda de jogadores, dentro de 4 ou 5 anos. Talvez seja utopia, mas creio que não se está a avaliar corretamente o potencial de receitas que uma maior presença internacional poderá representar!

      Quanto à pressão de empresários/fundos é tudo uma questão de gestão de expectativas e da capacidade negocial do clube.
      Primeiro deve ser claro que, o jogador é contratado para dar o máximo pelo clube e para vencer títulos e que só isso é que permitirá obter propostas irrecusáveis por ele. A perspectiva de que vêm, mostram umas habilidades e que logo a seguir dão "salto", deve ser internamente combatida com veemência.
      Premiar o desempenho do jogador ajustando o seu salário base e os seus prémios, parece-me correto, na perspectiva que, por norma, o salário acompanha a valia e o desempenho do jogador em campo. Quanto maior for a capacidade de gerar receitas, maior é a capacidade de manter um bom jogador satisfeito e concentrado no clube, permitindo assim, planear com um horizonte temporal mais alargado os investimentos a fazer no plantel e as saídas que se devem promover, optimizando as condições da sua saída.

      Por isto, eu concordo que o contexto presente do clube é o que o José Albuquerque apresenta, mas considero que há desenvolver a internacionalização do Benfica através da Benfica TV, por forma a que a venda de jogadores seja bem menos importante nas receitas obtidas que atualmente, pois isso significará ter uma sustentabilidade financeira e o nível competitivo desportivo do clube maior. Por outras palavras, creio que com a internacionalização bem implementada, poderemos ter uma demonstrações financeiras positivas sem a necessidade de venda dos jogadores nucleares.



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    3. Enorme Superaguia1904, Companheiro,

      Obrigado pelo teu (excelente, como sempre) contributo, nomeadamente por sublinhares que o Glorioso (entre outros clubes nacionais) tem conseguido obter resultados desportivos internacionais muito melhores dos que os de varios clubes muito mais ricos.

      Desse facto, podemos argumentar em favor do atual paragigma de desenvolvimento do Nosso futebol, ou nao te parece?

      Tu sabes que eu concordo com tudo o que escreveste, sendo que aquilo que distingue as nossas duas opinioes tem a ver com o 'momento' em que poderemos abandonar este modelo, passando a pagar salarios competitivos (sem esquecer a fiscalidade) com aqueles que vemos anunciados como sendo os praticados pelos chamados 'tubaroes'.

      Eu sou conhecido pelo meu inveterado otimismo, mas nao consigo chegar ao teu nivel (ahahah, mas prometo tentar e ... treinar).

      Como mero exemplo de curiosidade, pensa no caso do Dortmund, cujo tecnico se vangloriava de ter "uma equipa que custou 38 milhoes" (muito bom tecnico, mas um pandego ainda melhor, ahahah), quando a massa salarial apresentada nas "contas" do clube ultrapassa os 180ME anuais!!!

      Vamos a caminho e, eu sei bem, enquanto Benfiquistas, nao podemos aceitar nenhum limite para os Nossos sonhos (e, se sonharmos algum limite, devemos passar a considera-lo como mais um desafio), mas estou certo que concordamos se eu disser que ... vamos ter muito que 'pedalar'.

      Viva o Benfica!

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    4. Sim, vamos ter muito que pedalar, mas em boa verdade, só agora, com a gestão própria dos direitos televisivos é o podemos fazer a sério!

      Só agora é que começámos! Com a BTV estamos a inovar. Seguindo os melhores exemplos de outros clubes europeus e de outras empresas globais, veremos que podemos ousar e melhorar muito os conceitos e as formas de exploração da marca e do merchandising.

      O desafio atual é precisamente ter a coragem de percorrer esse caminho de penetração em novos canais venda e estabelecimento de parcerias para maior presença no mercado lusófono e asiático, já que a estrutura de formação e valorização de jogadores está bem consolidada (basta ver a qualidade existente nos escalões inferiores, a presença do Benfica na selecção de sub-19, o olhar cada vez mais certeiro do scouting, e a elevada apetência pelo concurso de jogadores profissionais do Benfica, que por transferência ou por empréstimo).

      É hora de ousadia comercial.

      E PLURIBUS UNUM!
      FORÇA BENFICA!

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    5. Enorme Superaguia1904, Companheiro,

      O meu APLAUSO para estes teus ultimos comentarios, com os quais concord em absolute: e' essa a attitude correta!

      Mais que isso, e' essa a unica atitude Benfiquista: temos de ser cada dia mais ambiciosos e exigentes, com tudo e com todos.

      Celebrar e Festejar os sucessos (mesmo os pequeninos) que formos conseguindo (os sucessos sao o 'pequeno almoco' dos Campeoes), mas sem Nos permitirmos ficar 'contentes' ou 'satisfeitos': cada Vitoria tem de Nos fazer sentir que ainda podemos fazer mais e melhor.

      Se fosse facil, nao era para Benfiquistas!

      Viva o Benfica!

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. ATENCAO /// ATENCAO /// ATENCAO /// ATENCAO

    Companheiros,

    Acabo de verificar, na sequencia de um comentario de um Companheiro e Leitor, que cometi um erro de pesquisa e, consequentemente, escrevi um erro grave (sobre um assunto grave) que pode ter induzido em erro varios outros Leitores.

    Depois de uma nova pesquisa, posso confirmer que, pelo "R&C" relativo a 31/3/2013, a BEPlan ainda tinha em divida 8,5ME relativos 'a "compra" do Roberto Jimenez, ou seja: nada tinha sido pago!

    Pelo erro (eu tinha citado de memoria uma informacao incomplete), apresento-vos as minhas sinceras desculpas.

    Ao Companheiro cujo comentario me levou a ir confirmer os numerous, o meu Muito Obrigado.

    Viva o Benfica!

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  6. Excelente Post... O Campeonato Europeu "todos-contra-todos" é um sonho antigo que nos permitiria a libertação das teias do polvo, embora eles já tenham poder para nomear árbitros para a final da Champions...

    Mas o que é que podemos fazer para esse sonho se tornar realidade?

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  7. Companheiros,

    Um passarinho disse-me que hoje vamos ter uma arbitragem indecente para os objectivos de preparação da época! Ahahah.

    Oxalá me engane e seja ao nível de excelencia a que nos habituáram os arbitrios nacionais!

    Porra que o jogo já começou. Vamos lá tratar do assunto.

    Viva o Benfica!

    RC

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    1. Enorme RC, Companheiro,

      Diz-me uma coisa, por favor: tu es o "Cosme", da TRAVESSADOALQUEIDAO?

      Viva o Benfica!

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    2. José, não.

      Desconhecia, fui lá dar uma espreitadela e li alguns textos.
      Pelo que percebi "Cosme" é o nick partilhado por dois Benfiquistas. O JL e o RC.
      Não só não comungo de toda a opinião do companheiro RC da Travessa, como nunca escreverei tão bem como ele.
      O meu pedido de desculpas a todos os que possam ter sido induzidos em erro e muito especialmente ao RC da Travessa.

      A partir de agora com mais uma "letrinha apenas" ....

      Viva o Benfica!

      RMC

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  8. Caro José Albuquerque,

    Sim, o futebol é um negócio, aliás uma indústria e não faz sentido ser gerido como no tempo do amor à camisola por muito que nos custe, mas isso também não implica que seja gerido assepticamente em relação à paixão clubística, pois que só o alimentar desta poderá gerar o aumento dos proveitos.

    Não, o Benfica dificilmente terá capacidade competitiva com os clubes dos grandes países, por exemplo a Premier League distribui 40 milhões de Libras (+/-48M€)ao último classificado e cerca de 60 milhões de Libras (+/-72M€)ao primeiro, só relativamente aos direitos televisivos. Em Espanha, visto que o modelo de distribuição é muito assimétrico, só Real Madrid e Barcelona recebem valores pornográficos, pois o 3.º classificado recebe um valor não muito maior que o dobro do que o Oliveirinha nos oferecia. Os próprios clubes alemães também não têm nesta receita, em termos domésticos o seu ponto forte. Os italianos também recebem valores muito elevados, ou seja encontramos aqui muitos clubes que recebem valores que o Benfica só poderia sonhar.

    Um dos grandes problemas é a distribuição de direitos da UEFA, nomeadamente o market-pool, pois é aí que existem grandes diferenças entre grandes e pequenos países e a UEFA em vez de ter uma política de defesa dos pequenos tem uma política de defesa dos grandes. Um qualquer clube inglês recebe de market-pool no mínimo quase tanto, mas normalmente mais do que um clube pode receber pelo desempenho desportivo óptimo (vitória na Champions). Visto que isto se passa, dificilmente um Campeonato da Europa de Clubes, o que a Liga dos Campeões já o é em parte, poderia alterar este panorama. Um exemplo, o record do Benfica de receitas da UEFA (mérito desportivo+market-pool) andará por volta dos 23M€ (quando foi eliminado pelo Chelsea nos 1/4 da Champions), enquanto que o Man. City que foi eliminado na fase de grupos este ano levou cerca de 30M€ para casa.

    Outro dos grandes determinantes das diferenças de receitas é a publicidade/patrocínios, isto é a exploração comercial dos clubes. É neste aspecto que também encontramos 15 ou 20 clubes que conseguem receitas que o Benfica só pode sonhar, pelo que aguardo com expectativa ver os valores de renovação dos contratos. No entanto a manutenção do patrocinador principal como sendo um patrocinador comum aos 3 grandes diz logo do potencial que estamos a perder. A PT com toda a certeza que nos poderia pagar mais do dobro se não patrocinasse também Sporting e Porto.

    As receitas de Matchday são onde se prova a grandeza do Benfica que apesar de ser dum país pequeno como Portugal consegue, aliás conseguiu em 2011/12, ter receitas que apenas 6 clubes conseguiram ter receitas muito superiores, havendo mais 5 ou 6 com receitas superiores, mas não muito. Claro que a enorme crise vai alterar significativamente este panorama em 2012/13 e para 2013/14 não se preveem alterações significativas, quer porque a crise não abranda, quer porque as quotizações vão ter outra distribuição.

    A conclusão é que efectivamente dependemos de grandes vendas para encurtar distâncias. Mas se continuarmos com um mix de custos com pessoal e custos financeiros tão elevados, bem como com amortizações elevadas, dificilmente poderemos ganhar outra solidez em termos de capitais próprios, que tão necessária seria para conseguir obter financiamentos a taxas mais competitivas.

    Aquilo que defendo passa por 2 vectores:

    - a alimentação da paixão benfiquista que passa pela obtenção de títulos e pela identificação dos sócios e adeptos com os atletas (é preciso referências fortes em quem os benfiquistas se revejam)

    - a profissionalização do sector de marketing do Benfica. Eu sei que há profissionais, mas sinceramente acho não são capazes de levar o clube a outros patamares que o Benfica necessitaria para deixar de estar tão limitado em termos de receitas. Vender separadores de banheira é bom, mas acima de tudo é fundamental conseguir patrocinadores internacionais, patrocínios para novas áreas e focados em aspectos específicos, seja de mercados-alvo, seja através de outros meios.

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Se pertenceres aos adoradores do putedo e da corrupção não percas tempo...faz-te à vida malandro. Sapos e verdadeiros trauliteiros, o curral é na porta seguinte.