segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Avaliar o Activo da Benfica SAD

Por José Albuquerque
(publicado n'OBELOVOAR há cerca de 2 anos)

Dos comentários ao meu texto anterior (“Milagre Financeiro”?), comentários que não tenho palavras suficientes para agradecer, um dos aspectos que mais “chocou” os que entenderam manifestar o seu desacordo comigo, foi o relativo aos números pelos quais eu “avaliei” dois grupos da rubrica “Activos Intangíveis” do balanço da Nossa SAD.

Concretamente, alguns Companheiros tiveram dificuldade para encontrar os melhores adjectivos quer para qualificar-me quando eu afirmei que o Contrato de Exploração da Marca (que estava, em 31.12.2011, contabilizado em balanço por 11,6ME) vale, pelo menos, 150ME, quer para contestar-me quando eu atribui aos passes detidos sobre todos os Atletas sob contrato um valor de cerca de 250ME (e que estão, em 31.12.2011, contabilizados por 94,9ME).
Ora como foi sobre o argumento da “subavaliação” dos Activos da SAD que eu desmontei a alegação da insuficiência dos Capitais Próprios, torna-se imperioso dar a este tema a atenção necessária para que os Benfiquistas possam formular uma opinião que os satisfaça.

Vamos a isso?

Para começar, avancemos dois pontos prévios:
. se queremos que todos os leitores sigam os raciocínios, temos de evitar ao máximo o recurso ao “economês” e, por isso, este texto não pode ter um carácter técnico avançado; e
. a contabilidade pode ser considerada só como um conjunto de técnicas, ou como uma ciência, mas eu considero que, a partir de certos níveis, a contabilidade é uma arte.

Felizmente, a maioria dos activos é muito simples de “avaliar” (no sentido de os contabilizar com rigor e aderência a realidade), como sejam os casos da maioria dos móveis e imóveis “corpóreos” (“Tangíveis”), especialmente os que são adquiridos em “estado acabado”.
São os exemplos de casas, carros, máquinas, mobiliário, etc. que são adquiridos normalmente e que são contabilizados pelo preço de custo.
Posteriormente, mesmo este tipo de activos, vão ser amortizados segundo regras internacionalmente aceites e que apenas pretendem distribuir o custo que eles representam para quem os adquiriu ao longo de todo o tempo em que eles vão ser utilizados. Ora acontece que, regra geral, no final do período de amortização (3, 5, 6, 8, 10, 20 ou mais anos, conforme os casos), esse activo (mesmo “velho” ou “usado”) acaba por chegar a ficar com um valor contabilístico nulo (= zero), quando ainda pode continuar a ser utilizado ou vendido por algum valor (que constituiria uma “mais valia”).
Nestes casos, a boa técnica contabilística recomendaria uma “reavaliação do activo”, por forma a que a informação fosse o mais aderente possível com a realidade e o mesmo deveria acontecer nos casos em que o bem em causa seja adquirido, logo á partida, por um valor muito diferente do seu “preço normal de mercado”.
Imaginem que adquirem um imóvel (numa hasta pública, por exemplo) pela metade do seu valor “normal”. Nesse caso o que vai suceder será que o vosso balanço não vai reflectir com o rigor desejável a realidade do vosso património.
O mesmo aconteceria, agora pelo inverso, em qualquer caso em que seja feito um “negócio ruinoso”, ou seja, por um preço muito acima do que seria “normal”. 

Mesmo com este tipo de bens, a “coisa” já se complica quando se trata de uma “construção própria” (como um pavilhão, ou uma piscina, construídos sobre um terreno que já estava no Activo).
Nestes casos o que é “normal” fazer é adicionar ao valor atribuído ao terreno, os custos da construção e, assim, “avaliar contabilisticamente” o ativo (pavilhão, piscina, etc.) em causa e a “complicação” resulta do facto frequente de que um imóvel já construído valer, em regra, bastante mais do que a soma daquelas partes.
E como é que se poderia “corrigir” um caso destes e encontrar o valor correto para contabilizar no balanço?
Não seria fácil encontrar uma solução, mas a “ciência” sugere que se utilizem varias técnicas (e que, no final, se escolha um valor cautelosamente intermédio), como sejam; (1) o custo de substituição (ou seja, o que custaria comprar um activo semelhante), (2) uma “arbitragem” (ou seja, o valor atribuído por um painel de especialistas), ou, caso o activo garanta um fluxo de receitas (e Proveitos), (3) o valor actual dos cash flow futuros (ou seja, a soma das receitas/proveitos futuros desse activo, descontados pela “inflação”).
Obviamente, este pode tornar-se um exercício (uma verdadeira arte) dificílimo quando se queiram, por exemplo e também, considerar variáveis como … “benefícios desportivos”.

Ora bem, considerando que todo o Activo Corpóreo da Nossa SAD estava, em 31.12.2011, contabilizado por menos de 160ME (Catedral, pavilhões, piscinas, Seixal, viaturas, máquinas, etc. etc.), se a memória me não atraiçoa eu não tenho a menor dúvida em afirmar que estamos perante mais um caso em que a contabilidade não reflecte correctamente a realidade (o Activo está claramente subavaliado), embora não me considere avalizado para avançar o que poderia ser um valor que se aproximasse mais (sempre por valores cautelosamente inferiores) da realidade atual.

250ME? 350ME? 450ME?
Enfim, não sou capaz de sugerir, mesmo com toda a humildade e reservas, um valor. Mas posso garantir que não seria difícil encontrar comprador (ao longo de um ano, por exemplo) por bem mais que aqueles 160ME!

Entretanto, este tipo de desafios que enfrentam os contabilistas ainda mais se complicam quando começamos a olhar para os chamados Activos Incorpóreos (e/ou Intangíveis), tais como um contrato de exploração de uma marca, passes de Atletas, um Alvará, uma Patente, uma concessão de exploração de uma infraestrutura (uma autoestrada, um porto, uma rede de distribuição de energia, por exemplo).

No exemplo dos “passes” de Atletas, a coisa não parece transcendental quando pensamos em casos de idades suficientemente avançadas para podermos presumir que o fim do contrato coincidirá, mais ou menos, com o final da respectiva carreira (como, oxalá, poderão vir a ser os exemplos dos Nossos Aimar, Saviola e “Super Maxi”): no final desses contratos teóricos, o valor contabilístico será “zero” e o “valor real” do passe já não poderia ser muito alto (quer dizer, se não pensarmos em casos como o do Eto’o, por exemplo).
Já quando se avalia o passe de um Atleta de 19 anos (um Di, um Luiz, ou um Nelson), o problema fica muito mais complexo, dado que existe uma certa (altíssima, naqueles 3 casos) probabilidade de significativa valorização, resultante do simples “amadurecimento” das qualidades do Atleta.
Pior ainda, quando comparamos com outros exemplos do tipo como os Alvarás, ou as Patentes, porque enquanto com estes é bem simples determinar o rendimento futuro (os tais cash flow) que podem permitir, caso fossem “alugados para exploração por terceiros”, no caso dos Atletas jovens todos reconhecem que os seus empréstimos (aluguer para exploração) não proporcionam grandes proveitos, concentrando-se as eventuais mais valias potenciais no momento de uma futura venda do respectivo passe.

Com todas estas dificuldades, o que é certo é que há gente que vive (profissionalmente, quero dizer) exactamente deste trabalho: avaliar passes de jogadores de futebol (e basquete e futebol americano, ou basebol).

Querem tentar avaliar os passes dos Atletas que temos no Plantel?
Espero que tenham respondido afirmativamente, ou tenho estado a perder o meu tempo e o leitor tem estado a perder o seu.

Em primeiro lugar, aqui lhes deixo os valores rigorosos extraídos do Balanço em 31.12.2011:
- valor (liquido de amortizações) total do Activo Intangível à 109,7ME (era de 100,2ME um ano antes)
- do qual …. Contrato de Exploração da Marca Benfica à 11,6ME
- do qual …. Partes de “passes” de “outros atletas” à 3,2ME (casos como o Reyes e o Sálvio)
- do qual …. Partes dos “passes” dos Atletas do Plantel à 94,9ME

Ou seja e em números redondos, se avaliarmos o Nosso Plantel em mais de 95ME, então teremos de concluir que esta rubrica do Activo está subavaliada. Ao contrário, se chegarmos a um total inferior, teremos de concluir que a contabilidade da Nossa SAD nos está a esconder um tremendo prejuízo (uma imparidade).

Para nos ajudar nesta demanda, comecemos por “pedir uma ajuda” ao Benfica Stars Fund (BSF), que sabemos ter uma equipa de especialistas a trabalhar neste assunto e que, pela experiência passada (casos do Di, do Luiz e do Fábio), sabemos que faz sempre, como deve ser, avaliações suficientemente seguras para poder garantir expectativas de mais valias futuras.

Em 31.12.2011 o BSF detinha as seguintes parcelas de passes de (20) Atletas (seguido do cálculo do valor de 100% desse passe):
D. Simão         25%     375mE            1,5ME
L. Pimenta      25%     375mE            1,5ME
Yartey             25%     375mE            1,5ME
J. Garcia          20%     3,4ME             17ME
M. Vítor          25%     0,5ME             2ME
N. Oliveira      25%     2ME                8ME
Roderick         25%     2ME                8ME
R. Amorim      50%     1,5ME             3ME
Shaffer                       40%     1,4ME             3,5ME
Urreta             20%     1,2ME             6ME
Cardozo          20%     4ME                20ME
F. Menezes     30%     1,5ME             5ME
Maxi               30%     1,35ME           4,5ME
Airton             40%     3ME                7,5ME
Kardec                        50%     3ME                6ME
B. César          15%     1.035ME         6,9ME
Garay              10%     1,175ME         11,75ME
Jara                 10%     0,6ME             6ME
Nolito             20%     1,3ME             6,5ME
Nico                15%     2,025ME         13,5ME

TOTAIS                     32,11ME         139,65ME

Interessantes estes números, não?

Se repararem e ao contrário de outros clubes que vendem partes de passes de atletas a parceiros financeiros e que, por regra, avaliam essas partes pelo mesmo valor que o compraram (ou menos, porque não incluem o valor das comissões pagas), a Nossa SAD consegue, sempre e em todos os casos, vender estas parcelas já com mais valias sobre o que por eles pagou!
Outro aspecto interessante (e recordo um debate que, há uns 3 anos, aqui mantive com o Enorme BenficaEagle, do FORUMBENFICA, em que ele defendia que estas mais valias – as obtidas do BSF, deveriam ser imediatamente contabilizadas), é notar que estes “lucros” são apenas contabilizados pela Nossa SAD, mensalmente e ao prorrata de toda a vida do contrato que a liga ao Atleta, ou seja, numa perspectiva bem conservadora.
Um terceiro ponto a realçar e que confirma a extrema cautela da SAD a valorizar os seus Activos, passa pelo valor atribuído em balanço aos 15% que detemos no BSF. Seria normal que, no mínimo, esses 15% estivessem “avaliados” por 15% daqueles 32,11ME, certo? Uma tal avaliação corresponderia a dizer que “não temos nenhuma expectativa que estes Atletas possam valer mais do que o valor de avaliação inicial”, caso que teríamos de considerar muito pessimista. Mas não! Nem sequer por esse valor: os 15% detidos no BSF estão avaliados (subavaliados, digo eu) por 2,7ME, ou seja, considerando que todo o Fundo vale “apenas” 18ME.

Então, Companheiros?
Em quanto querem avaliar só este primeiro grupo de 20 Atletas?
Façam as vossas contas, caramba!
Eu sugiro que, para cada um deles, considerem um valor mínimo (abaixo do qual não aceitariam vender), um valor máximo (pelo qual aceitariam vender de imediato) e um valor intermédio, que pode resultar da média aritmética acrescida de uma eventual correcção por eventual expectativa de valorização ou desvalorização.

Já está?
A que valor redondo chegaram?
Eu, com o pessimismo bastante, chego a 200ME, pelo que (para facilitar as contas e aumentar o pessimismo), admitindo que a SAD detém 75% deste conjunto de passes, chego a um subtotal de 150ME!

Podemos começar a somar mais alguns Atletas? Estão preparados?
Então vamos a mais um grupo de 10: Witsel, Rodrigo, Artur, Luizão, Matic, Oblak, Melgarejo, Jardel, Wass e Eder Luís (todos eles detidos em 100%, creio eu).
Quanto valerá esta parcela?
30+25+10+10+10+10+10+5+5+5=120ME?
Para termos um valor redondo e cauteloso, que tal 62,5% daquele total?
Fiquemos pelos 75ME e, com os 150ME da anterior parcela, já vou em 225ME, com apenas 30 Atletas!

Enzo, F. Bastos, Carole, Sidnei, J. Cesar, C. Martins e Y. Djaló. Quanto podem valer estes 7 Atletas?
Eu creio que não se compravam por 30ME, mas concedo: avaliemos em 15ME

Vamos em 37 Atletas (faltarão 31 para os tais 68) e a soma já vai em 240ME

Estes últimos dois nomes fizeram-me lembrar que os amestrados da mérdia não se cansam de repetir que o Glorioso quase não tem Atletas portugueses (ou formados em Portugal).
Então aqui vai uma lista com essa dedicatória especial:
Mika, Varela e Costa (guarda redes)
F. Faria, A. Almeida, L. Martins, Cancelo, J. Nunes e F. Cardoso (defesas)
R. Pinto, N. Coelho, M. Rosa, N. Semedo, J. Amorim, Guzzo, J. Teixeira, A. Gomes e Cafu (centrocampistas)
Sancidino, M. Liz, H. Vaz, H. Costa, I. Cavaleiro e Herlein (avançados)
Um total de 24 Atletas, quase todos produtos da Nossa “Fábrica” e todos eles internacionais nos escalões jovens; quanto valem?

Não sei como estão as vossas contas, mas eu, pelas minhas, já parei nos 250ME há bastantes nomes atrás!

Ainda me faltam 7 Atletas para completar o tal numero indicado no “R&C” (os tais 68), mas estou certo que os leitores (usem a caixa de comentários, por favor) vão completá-la Emerson, Capdevila …).

Convido-vos a deixarem na caixa de comentários as vossas contas, ou, pelo menos, a vossa avaliação final a todas estas parcelas do Plantel.
Eu, pelo meu lado, dou como “demonstrado” o valor a que tinha chegado num texto escrito há cerca de um ano e que, cautelosamente, totaliza os tais 250ME.

Podemos passar ao tema da avaliação da Marca Benfica?
Não esqueçam que, pelo balanço, o Contrato pelo qual a exploração da Marca foi cedida á Nossa SAD (creio que por 75 anos), tem um valor liquido (em 31.12.2011) de 11,6ME.

Difícil, não é?
Creio que são do domínio publico os resultados de alguns estudos feitos nesta área por algumas entidades de reconhecida credibilidade, mas também não ajudam muito, uma vez que os valores que foram divulgados (certamente por assentarem em pressupostos diferentes) foram muito diferentes: 200ME e 80ME, nos casos que eu conheço.

Uma vez que este texto já vai longo, passo, imediatamente, a explicar como é que eu cheguei aos 150ME que já referi ser a minha avaliação (cautelosa) deste item do Activo da Nossa SAD;
  1. Seleccionei a parte dos Proveitos de Exploração da SAD (anos de 2008, 2009 e 2010) que eu considero imputáveis á Marca (parte das quotas, dos patrocínios e de outros Proveitos);
  2. Apurei a parte dos Custos de Exploração que eu considero que foram necessários para a obtenção daqueles Proveitos;
  3. Subtraindo a segunda série da primeira, obtive uma série de 3 valores anuais para “Resultados de Exploração da Marca”;
  4. Considerei a média aritmética desta ultima série (que era crescente) como o valor de base aplicável ao ano de 2011 (uma hipótese pessimista);
  5. Projetei esse valor base por 25 anos admitindo um crescimento anual de 3% (uma hipótese muito pessimista), obtendo, assim, uma série de valores teóricos dos cash flow futuros;
  6. Descontei essa série (para calcular o valor actuarial de cada um desses valores anuais) com uma “taxa de desconto anual” de 10%, acrescida de um “prémio de risco” (politico, social, económico, financeiro e de gestão) que não posso revelar porque constitui um know-how especifico da minha Empresa; e, finalmente,
  7. Somei essas 25 parcelas anuais.

Sabem quanto me deu o resultado?
Quase 190ME!
Ora como eu não quero ser acusado de poder estar a sobreavaliar o resultado, toca a cortar-lhe por conta daquilo a que eu costumo chamar a “margem de cagaço”.
Resultado final?
150ME!

Atenção, Companheiros anti Vieira: não me venham dizer que eu parti de uma base muito alta, porque isso implica que estarão a avaliar a gestão recente da Nossa SAD como excepcionalmente boa. Correto?
Também não me digam que não foram bem cautelosos os meus critérios de cálculo e actualização (actuarial) dos cash flow, uma vez que a taxa real de crescimento dos Resultados imputáveis á Marca tem sido muito superior aos tais 3%, mesmo com os direitos televisivos pagos “a preços pré históricos”.

Mas, se são sérios e tecnicamente competentes, façam vocês as contas e apurem um valor que vos convença.
Pelo meu lado, a conclusão ficou indesmentível: há vários itens do Activo da Nossa SAD que estão (muito) subavaliados.

Nos tribunais, usa-se a expressão “I rest my case”.
Entre matemáticos preferimos escrever: Q.E.D. (quod eramus demonstrandum) .

Viva o Benfica

4 comentários:

  1. Grande Zé! Continua a dar pérolas a porcos e pode ser(?) que os acéfalos saiam da escuridão!

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  2. Enormerrimo Joseph, Companheiro,

    Naaaa, nao acredito: os acefalos QUEREM finger que estao na escuridao, hahaha.

    Eu ja' fico satisfeito por poder esclarecer alguns Companheiros (mesmo que sejam poucos) e, em anexo, como "extra", se conseguir irritar um so' que seja dos "do contra" a ponto de ele se chegar ate' aqui, vindo discutir estes temas.

    Como tu sabes, ja' me posso gabar de ter desmascarado algumas duzias deles, hahaha.

    Viva o Benfica!

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  3. Isto é: Serviço Publico.

    Obrigado amigo José Albuquerque

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    1. Enormerrimo Carlos Alberto, Companheiro,

      E tu es um exagerado, hahaha

      Vai la', por favor, ao post mais recente e deixa a tua avaliacao do Nosso Plantel. Nao te esquecas que esse texto resulta da sugestao que me fizeste.

      Viva o Benfica!

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Se pertenceres aos adoradores do putedo e da corrupção não percas tempo...faz-te à vida malandro. Sapos e verdadeiros trauliteiros, o curral é na porta seguinte.