quarta-feira, 15 de julho de 2015

Passivo: como, quanto e quando diminuí-lo (I).

Por José Albuquerque

Vocês ainda se lembram de quando a treta do Passivo era um dos temas preferidos da mérdi@ e de todas as raças de anti, Taliban incluídos?
Claro que estou a falar do Passivo do Nosso Benfica e claro que todos se recordam disso, até porque não foi há tanto tempo assim: ele era Passivo ao “mata bicho”, insolvência ao almoço e falência ao jantar, ahahah.
Passado algum do tempo que o tempo tem e o que podemos Nós ver?
Que a mérdi@ perdeu toda a vontade de falar disso, não sei se por causa do perdão de dívidas da osgalhada concedido por dois Bancos que beneficiaram de apoios estatais (estás a “entrar”, ó contribuinte), ou se pela necessidade dos andruptos de aumentar a Situação Líquida da sua sad com a “entrada” do antro do ladrão, sob pena de levarem com o Fair Play Financeiro da UEFA pela goela abaixo: seja como for, o facto é que a mérdi@ passou a tratar o tema “Passivo” um pouco como o da poluição (é chato, mas não há nada a fazer) e ... esqueceu-se. Bastou-lhes perceber que não se tratava de um problema do Glorioso, para perderem o interesse.
E com a maioria dos anti ... passou-se o mesmíssimo: Passivo? Não conheço! Nunca me foi apresentado!
Ao que me dizem, parece que ainda sobram uns quantos Taliban (minoria, dentro da minoria, dentro da minoria, ou seja: uma espécie daquela “matrioska” mais caganita de todas) que ainda falam, de quando em vez, da treta do Passivo, mas até esses já não sabem bem o que dele dizer, excepto que o “orelhas” não está a tratar bem do problema (olha a novidade, ahahah): quando o Passivo diminui, deveria desaparecer e quando diminui muito ... o “orelhas” também deve ter comissão na “venda do passivo”.

Brincadeiras?
Talvez nem tanto: quem segue a gestão da andruptosad nos últimos 5 trimestres, pode bem pensar que o objectivo é mesmo o de aumentar o Passivo o mais e o mais rápido possível!
E se me perguntarem porque é que o D. Cor(no)leone e seus capangas o estão a fazer, eu dou-vos uma resposta muito prosaica: eles têm saudades dos anos em que os administradores da andruptosad partilhavam “prémios de gestão” de alguns milhões de euro ...
Ainda não perceberam?
Querem encher a mula, carago!

Agora a sério ...

Todos sabemos dos investimentos concretizados pelo Grupo Benfica neste milénio (a coisa já deve somar muito perto dos 600M€, entre infraestruturas, equipamentos e Atletas), tal como sabemos quanto não tínhamos de Capitais Próprios (eram inferiores às dívidas deixadas pelo JVA) para financiar tudo isso, pelo que, como não há milagres nem almoços grátis, só com má fé é que se pode estranhar que o Grupo tenha um Passivo oneroso (aquele que Nos custa dinheiro) de cerca de 300M€.

Esse “mostrengo” podia ser um pouco menor?
Na minha humilde opinião podia (isto de acertar no totoloto depois do sorteio é como limpar rabinhos a crianças de colo), se tivessem sido evitados alguns erros de percurso, se não tivessemos sido tão “mamados pelo mamão chupista”, ou se tivessem sido mais discretos os roubos da BOIADA, mas ... não Nos adianta muito chorar sobre o leite derramado.

O Nosso Passivo remunerado é o que é e basta-Nos perceber que ele nunca deixou de estar perfeitamente controlado, mesmo atravessando a pior crise económica e financeira em muitas décadas.
O que Nos deve importar, isso sim, é a consciência de quanto o “mostrengo” Nos custa anualmente (chegou a ser mais de 20M€) e os graus de liberdade que esse custo retirou à Nossa Gestão. Do ponto de vista empresarial (e todos reconhecemos que essa perspectiva é cada vez mais determinante para o desejado sucesso desportivo), só há dois tipos de negócio que se financiam com Capitais Próprios: aqueles que não encontram financiamento externo (por não poderem dar garantias, por envolverem riscos incomportáveis, por não apresentarem suficiente rentabilidade, ou por todas estas razões em simultâneo) e aqueles cuja rentabilidade é tão alta que os seus Accionistas não a querem dividir com mais ninguém (entram neste grupo algumas actividades especulativas e quase todas as de raíz criminosa).

Por tudo isto, excepcional é a situação de alguns clubes (creio que o Bayern de Munique é o paradigma de todos esses, chegando ao ponto de ser ele a emprestar dezenas de mihão para salvar um seu competidor – o B. Dortmund, de uma crise de insolvência) cujos Capitais Próprios mais parecem inesgotáveis, o que não invalida que, no extremo quase oposto, ainda seja uma dor de alma ter de pagar quase 20M€ em Custos Financeiros todos os anos.

Resumindo e falando muito a sério, creio poder afirmar que há mais uma unanimidade (85% chega) entre todos Nós, Benfiquistas: temos de reduzir esta parte onerosa do Nosso Passivo!
Agora que o Nosso Parque Desportivo não revela carências (pessoalmente, como sabem, eu acho que ele deveria continuar a ser aumentado, nomeadamente para reforço de outras modalidades, como, por exemplo, os chamados XGames), que a Nossa BTV ultrapassou a fase da puberdade e que a “Fábrica” afirmou níveis assinaláveis de produtividade, quer qualitativa, quer quantitativamente, têm de estar criadas as condições que permitam essa progressiva redução, pelo menos até que essa parte do Passivo se resuma à dimensão de um “normal recurso financeiro operacional” (um conceito conhecido dos Gestores, mas bem complicado de valorar no caso do Nosso “core business”).

Ou seja e reportando-Nos à questão do título deste texto, aquela parte do “quando?” ... é para começar o processo já (na realidade ele até já se iniciou); a parte do “como?” tem uma resposta que não exige diplomas de Economia ... é começando a pagá-lo, obviamente! É reforçando os pagamentos de capital e diminuindo o chamado “roll over” dos mútuos.
Resta-Nos a parte do “quanto?”, que eu preferia trocar com algo do género de “com que velocidade?”

Mas, ó Zé, não foste tu que andaste uns anos a explicar que esse tal de Passivo não era o Nosso problema principal (esses eram o POLVO e o “mamão chupista”)? Se conseguimos pagar todos esses juros naqueles anos tão difíceis, porque é que não devemos continuar a apenas controlá-lo, em vez de o reduzir?
Perguntas perfeitamente legítimas e, até, mais do que legítimas, especialmente se subentenderem que o Nosso Clube nem quando O olhamos numa perspectiva empresarial deixa de ter como seu objectivo primordial os ... resultados desportivos (e não a maximização de lucros, pela via da compressão de Custos)!

Quais são os benefícios dessa redução?

Imaginando que conseguimos reduzir a tal “factura bancária” por metade (para cerca de 10M€ anuais), fica fácil perceber em que é que o Benfica pode passar a aplicar (leia-se gastar) esses 10M€ que deixaremos de ter de entregar a quem devemos, quer melhorando os serviços prestados aos Sócios e Adeptos, quer, principalmente, aumentando a competitividade das Nossas Equipas (por exemplo, podendo pagar melhores salários). Estes benefícios são demasiado óbvios para gastarmos tempo a sobre eles discorrer.
Mas não serão só estes os benefícios decorrentes dessa nova situação, digamos, “objectivo”.
Como veremos no próximo texto (não quero abusar da vossa pachorra) e quando falarmos sobretudo do “como?”, quando cumprirmos esse objectivo a chamada autonomia financeira do Grupo Benfica estará muitíssimo reforçada e, com ela, a Nossa credibilidade, solidez e poder negocial também.
Ou seja, aos benefícios quantitativos poderemos adicionar importantes benefícios qualitativos, aquilo a que eu gosto de chamar os “graus de liberdade”.

Por agora, deixo-vos com o meu ...

Viva o Benfica!   

11 comentários:

  1. Este ano será decisivo do ponto de vista da consolidacao da estrategia de gestao adoptada pelo Benfica. Por um lado os sinais dados sao de maior rigor ornamental para que se possa reduzir os custos financeiros, por outro lado entramos no ultimo ano do mandato de LFV com uma promessa a cumprir...Tri!

    Tendo em conta os investimentos dos nossos rivais será imprescindivel arrancar com uma Vitoria na supertaça e primeiras jornadas para que não se cometam locuras nos ultimos dias de transferencias.

    Fred
    Tudo Por Ti Benfica!

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  2. Caro José, este é mais um brilhante texto, com o qual concordo quase na íntegra. A pequena divergência relaciona-se com os benefícios dessa benvida redução dos encargos com a dívida. Claro que o investimento em novas modalidades (Xgames e mais modalidades femininas) seria muito positivo a médio prazo, alargando o número de atletas, sócios, adeptos e espetadores televisivos.
    Mas creio que a grande prioridade seria reforcar e dinamizar as parcerias comerciais internacionais, criando pacotes de vantagens, por areas geograficas, para sócios e subscritores BTV.
    Creio que os graus de liberdade virão, realmente, não com a poupança dos encargos com a divida, mas com o crescimento que é possivel e, tem de continuar a ser perseguido, das receitas correntes.
    Que haja investimento na expansão da marca Benfica, explorando melhor a exposição mediatica do clube, a imagem dos atletas e da fundação, reforçando a atividsde dad Casa e estabelecendo mais contatos com potenciais parceiros.
    Creio que este trabalho daria, sim, a tal margem de segurança e solidez que o projeto desportivo ainda carece.


    E Pluribus Unum!

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    1. Enorme Superaguia1904, Companheiro,

      Entre nós os dois e pelo menos neste aspeto, não há nenhuma divergência, bem pelo contrário: em todos os meus textos tu já leste afirmações do género ... "ainda não conhecemos os limites do Nosso Clube e devemos lutar para os descobrir".

      Eu sou absolutamente contra qualquer forma de "downsizing" e custa-me a compreender que um Grupo que gera cerca de 50M€ de "cash-flow" quase cesse os investimentos.
      Na última AG da Nossa SAD ficou claro que o CA não pretende fazer nenhum "downsizing" (para o qual eu considero e aqui escrevi, que o Presidente não teria legitimidade) e foi prometido que não ficaria por fazer nenhum investimento (fosse qual fosse) que se considerasse necessário.

      Eu confio em quem Nos tem liderado nestes anos recentes (apesar de alguns erros e porque esses foram menores dos que, certamente, eu teria cometido) e confio que vale a pena correr alguns riscos com os jovens mais promissores saídos da "Fábrica", quando todos os Nossos Técnicos o reafirmam sistematicamente.

      Como sempre e em tudo na vida, vamos lutar pelos resultados e, no final, fazemos a avaliação. Concordas?

      Mas, entretanto, temos de recuperar os Capitais Próprios da Nossa SAD, o que, a prazo, equivale a dizer que temos de reduzir o seu Passivo oneroso.

      Viva o Benfica!

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  3. José
    As receitas foram de 200 milhões, o lucro de 14 milhões, então onde estão os 186 milhões. É uma pergunta que vejo por aí e sinceramente, destas contas não entendo nadinha.
    Abr.

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    1. Simples: Às receitas é necessário subtrair as despesas para obter o lucro.... portanto os 186 milhões correspondem às despesas (operacionais e de investimento).

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    2. Companheiros,

      Antes de mais, esses numeros nao estao certos e se me permitem um conselho, nunca mais falem em "receitas" e "despesas": tratem de pensar em Proveitos e Custos!

      E' que o tal "Lucro" (Resultado do Exercicio) e' a diferenca entre Proveitos e Custos.

      Voltem para ler a continuacao deste texto, ok?

      Viva o Benfica!
      (Jose' Albuquerque)

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  4. Caro José obrigado por mais um grande e óptimo texto que ajuda a esclarecer todos aqueles que têm BOA FÉ, mas que nada percebem destes assuntos económico-financeiros da gestão de um grande instituição com a dimensão do Benfica. Quanto a todos os outros, aqueles que só estão imbuídos de MÁ-FÉ nada mais podem fazer do que colocar a viola no saco, até melhor oportunidade... que espero bem que nunca mais a venham a ter :)

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  5. Concordo com o texto. No entanto queria deixar aqui um outro ponto de vista.
    Todos esses investimentos têm sido pagos ou abatidos pelas vendas de jogadores, assim como os juros e julgo que esse seria o melhor caminho para continuar a baixar a divida. Não digo que seja a todo o custo, mas não é a comprar jogadores de 1\2M que os vamos vender por 20\30. Isso salvo raríssimas excepções não vai funcionar. Para não falar que 10 jogadores de 1M de euros já ficam em 10M e aumentam em muito os custos a nível salarial, geram muito mais trabalho para tratar de tudo o que os envolve, seja colocações do mesmos (que é o que acontece em 80% dos casos...). Tempo e dinheiro esse que podia ser melhor aproveitado para comprar melhores jogadores e negocia-los melhor. Portanto o que eu defendo é mais jogadores de "10"M que se possam dar mais rendimento desportivo (o que ajuda bastante a ganhar mais dinheiro por diversos motivos) e possam futuramente dar mais rendimento em vendas altas. Podia dar exemplos, mas são tantos que acho que nem vale a pena.

    Outro tópico que gostaria de falar é uma equipa de ciclismo. Mas uma equipa à seria. Para participar em grandes voltas e andar por esse mundo fora a dar a conhecer a marca Benfica, assim como a BTV. O Benfica é grande, mas tem que pensar em ser sempre maior, e o ciclismo é das melhores publicidades que se pode fazer.

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  6. Caro JAlbuquerque

    Desde já confesso que os conhecimentos que tenho nesta área são diminutos; no entanto, não sei se a minha questão será fruto de ignorância- os empréstimos obrigacionistas que temos vindo a emitir, com sucessivos "truques" (é o que me parece que faz o Benfica e a concorrência, talvez se chame engenharia financeira, que é um nome bonito mas que consubstancia uma realidade, que é o aumento da divida e respectivos encargos, acho eu-será?) que engordam a nossa divida, e com promessa, e pagamento de juros muito acima dos praticados pela banca (quem me dera ter 1M para investir), não serão a longo prazo uma bomba que irá estoirar e fazer disparar o nosso passivo?

    Se calhar é uma pergunta sem sentido, mas parece-me que este tipo de emissão de obrigações vem na sequência de um tipo de verbas que se conseguem, começando na pré história com os bingos e bombas de gasolina, mas que não são fruto da actividade que o Clube/SAD efectivamente exerce, e que depois de "estoirados", deixam uma ferida para o futuro.

    Confuso? Até eu estou, ehehehehe...

    VIVA o Benfica!

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    1. Pelo que afirma DSO, julgo que o ultimo empréstimo obrigacionista nao é para engordar a divida mas sim reduzir os encargos com a mesma. DSO diz que os 45 milhoes do EO sao para pagar divida ao Novo Banco, ora em sendo assim e nos sabendo que a taxa oferecida é 4.75%, o valor da divida permanecerá sensivelmente igual (aceitar que 1 ou 2 milhoes sejam juros e taxas de pagamento antecipado) e os juros sobre a mesma inferiores ao que eram. (repito que julgo, porque nao sei qual a taxa de juro que paga o Glorioso pelos seus emprestimos bancários)

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  7. Já agora, off topic- grande orgulho na nossa enorme massa adepta, que inundou o Seixal, tendo de se encerrar as portas por questões de segurança.

    Maximiliano Pereira- não estou triste, mas desiludido com o Homem; porque não ter admitido o que já era sabido á mais de um mês, que escolheu outro destino, que não o de ser eternamente amado pela Nação Benfiquista?
    Ficava-lhe bem, não traíria os valores do Benfica, se tivesse optado por, com clareza, ,dizer para onde ia, agradecer ao Benfica, e seguir a sua vida, assumindo, com o carácter que sempre lhe reconheci em campo, a sua decisão.

    Assim não, camuflando a sua decisão com tibiezas e meias verdades-assim não, assim é uma traição á boa fé do clube que o acolheu como se fora um dos nossos, e á confiança de que julguei ser merecedor.
    Não me vai passar a ser indiferente, sempre foram 8 anos, nunca o assobiarei, mas já não terei para com ele a admiração que tinha- mais do que um jogador á Benfica, um Homem á Benfica!

    Como tão bem dizem os ingleses, Shame on you-Maxi!
    Viva o Benfica!

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Se pertenceres aos adoradores do putedo e da corrupção não percas tempo...faz-te à vida malandro. Sapos e verdadeiros trauliteiros, o curral é na porta seguinte.