Vamos a “contas” (2018/19 – informação sintética)?

Por José Albuquerque;

No passado dia 18 e como já é tradição. O CA da Nossa SAD enviou à CMVM um comunicado com a síntese dos resultados apurados no final do exercício económico de 2018/19, concluído em 30 de junho, em antecipação do que virá a ser o “R&C” a ser publicado em outubro.

São quatro páginas de texto e números cuja leitura cuidada eu recomendo vivamente, mesmo que ele não revele nada de surpreendente.

Seis anos consecutivos de resultados positivos.

Eximindo-me de repetir as principais conclusões enunciadas no comunicado, ainda assim não posso deixar sem um sublinhado especial o facto de este ter sido o sexto exercício lucrativo consecutivo, terminando o ciclo de recuperação dos Nossos Capitais Próprios, num período positivo de resultados desportivos e consolidação de diversos investimentos em quase todas as estruturas de apoio aos Nossos Atletas em todas as modalidades e escalões etários.

Mais ainda e considerando que o exercício já em curso se iniciou com a transacção do “passe” do JF, ficou garantido que, em junho de 2020, findará o 7º exercício económico positivo desde 2013.

Paralelamente e confiando nas declarações já prestadas pelo DSO, 2018/19 foi a época em que o Grupo Benfica ultrapassou os 300M€ em Receitas/Proveitos, um registo absolutamente notável.

Duas chamadas de atenção especial.

Em todo o conteúdo do comunicado não há nada que possa surpreender os Leitores do GUACHOS, uma vez que o crescimento/desenvolvimento da Nossa realidade económica aqui tem sido regularmente comentado, mas há dois números que eu entendo que devem merecer especial atenção, a saber: o crescimento (i) dos Gastos com Pessoal e (ii) dos FSE’s (fornecimento e serviços externos).

Este último exercício fica marcado por um volume extraordinário de renovações contratuais, especialmente dos Atletas saídos da Nossa “Fábrica”, concomitantes com significativos aumentos das respectivas “cláusulas de rescisão”.

Esta política, coerente com a chamada “retenção de talento”, teve um impacto importante nesta linha dos Nossos Custos de Exploração (+29M€), ficando o actual valor a uns ainda “confortáveis” 20M€ do limite de 70% dos Proveitos Operacionais s/ROPA que é a recomendação da ECA (Associação Europeia de Clubes). É o mesmo que dizer que ainda há alguma margem para alargar esta política a mais alguns dos Nossos melhores jovens Atletas.

Previsivelmente, os FSE’s cresceram quase 18M€, valor que me sugere a cobertura de todos os custos inerentes não só à defesa jurídica da Nossa marca contra a miserável campanha de que fomos alvo, como, principalmente, aqueles que implicaram a defesa dos Nossos sistemas informáticos. Tudo isto e naturalmente, além de reflectirem o imenso crescimento estrutural que, quase diariamente, testemunhamos no Glorioso.

Reforço do investimento.    

Como bem sabem, eu sou um tenaz defensor de uma política “expansionista” para os Nossos investimentos.

A este propósito, permito-me recordar o que vos escrevi quando comentei a transação do JF …

“E, porque sonhar (ainda) não paga imposto, acelerando o conceito “Powered by Benfica”, que me parece ter sido o mais prejudicado pela infame campanha da aliança do Altis.

Como?

Estudando os contornos da operação através da qual a Red Bull abriu uma “sucursal” do Leipzig na Áustria e, caso seja positiva essa avaliação, estudando hipóteses de “compra” de uma outra SAD para o futebol num país que seja: relativamente próximo na cultura, pertencente à EU e, de preferência, à Zona Euro, que tenha uma importante comunidade lusófona e … que assegure vantagens de competitividade para alguns dos Nossos Atletas, desde a formação até à Equipa B!

Já repararam que, ainda a “Fábrica” não entrou em “velocidade de cruzeiro” e já estamos a ter problemas para colocar Atletas aos quais reconhecemos potencial (Heriberto, Chiquinho, Alfa …), que não conseguimos valorizar na Nossa Equipa de Honra?

Já pensaram em quanto gastamos para fazer as Nossas Equipas jovens participar em torneios internacionais, só para lhes proporcionar os desafios competitivos que só encontram, em Portugal, uma meia dúzia de vezes por época?

Não seria bom se, em vez de Equipas A e B em cada escalão etário, mais uma Equipa sub 23 e uma Equipa B, pudéssemos replicar todo o processo, alargando a respectiva base de recrutamento?

Propiciando mais oportunidades e um alargamento dos horizontes a todos os profissionais da chamada “Estrutura”?

No mínimo, eu sinto que deveria ser estudada esta via de crescimento/desenvolvimento do Clube, até porque seria um reforço na Nossa estratégia de internacionalização e, em caso de sucesso, seria o melhor argumento de venda do conceito “Powered by Benfica”, abrindo ao Clube novos mercados com elevado potencial e, quem sabe, permitindo ao Glorioso deixar de estar “ancorado” neste lamaçal em que transformaram o “futeluso”.”

Ainda hoje, no Nosso sítio, tivemos imagens da abertura de uma segunda “escola” na Ucrânia e soubemos que por lá temos dois Técnicos deslocados com carácter permanente.

Se é verdade que tudo isto custa muito, muito dinheiro, ainda é mais verdade que este “negócio” já demonstrou ser dos mais lucrativos entre todos os que não são ilegais e o Sport Lisboa e Benfica é, justamente, tido como “O Exemplo” na sua exploração.

Benfiquismo e Democracia.

Eu não aceito discutir nenhum dos Nossos Valores fundacionais e a Nossa raiz Democrática é um desses Valores. Tal como rejeito, liminarmente, qualquer tentativa de usar um qualquer “benficómetro” para substituir a falta de argumentos, um mal do qual, comprovadamente, não sofro.

O Companheiro RGS, ex-membro dos Nossos Corpos Sociais e prometido candidato à próxima AG Eleitoral, terá escrito as frases que passo a citar …

«… Porque se o tivesse, com o que ganhou nos últimos 10 anos (750 milhões de vendas de jogadores, 250 milhões da UEFA, para além de bilheteira, TV, “marchandising”, “Fly Emirates”, etc., etc., etc.) teríamos tido outra presença na Europa do futebol!…»

É revoltante!

É miserável verificarmos que o único Companheiro que manifesta a intenção de ser oposição aos Nossos Corpos Sociais, parece fazer gala de uma tão gritante ignorância sobre a realidade económica e financeira do Nosso Grupo!

Se a fonte amiga que me enviou esta e outras mais bacoradas não fosse de toda a minha confiança, eu não acreditava que este chorrilho de mentiras e este pináculo de demagogia fossem admissíveis entre Benfiquistas.

Para me dificultar a vida, parece que o Autor de tais bujardas ainda tem o desplante de se referir a Nós, os Benfiquistas, usando (bem) maiúsculas, no que nem sequer é original.

Estará RGS a sugerir que foi dado algum uso indevido aos Proveitos do Glorioso nos últimos dez anos?

Indevido no sentido de “ilegal”, “impróprio” e/ou “anti estatutário”?

Vai RGS persistir nesta colaboração com todos os que têm tentado manchar a Nossa Marca?

Com que dinheiro/receitas achará RGS que foram pagos os Custos de Exploração dos últimos 10 exercícios do Grupo Benfica?    

Desde que corrigimos o tremendo erro que foi termos eleito JVA para a Presidência do Clube (mea culpa, mea culpa), já é longa a lista dos abestalhados que, castrados pelo preconceito contra o Nosso Presidente, não hesitaram em recorrer à mentira e à demagogia para Nos tentar iludir, mesmo sem pudor em prejudicar o Clube.

Mas ver um prometido candidato a seguir esse mesmo caminho, tem de ser considerado como uma infracção definitiva às suas próprias obrigações estatutárias e uma ultrapassagem dos limites que o Benfiquismo nos impõe.

O Glorioso merece ter uns ainda melhores Corpos Sociais, sem dúvida!

O que o Clube não merece é tão miserável alternativa!

Viva o Benfica!