Rui Costa, é mesmo a hora de dizer basta?

Casa arrombada trancas nas portas! Apenas descobriram ontem aquilo que o Soares Dias, em toda a sua carreira, tem feito repetidamente em jogos onde apita o Benfica? Aquilo que todos os benfiquistas se queixam durante todos esses anos, de exibições manhosas sempre em benefício do clube da fruta, arrasando sempre que tem oportunidade, o maior clube português? É isso ou estarei a sonhar? Porque razão a nossa televisão (falta-me confirmar se o nosso especialista de arbitragem lhe rasgou os maiores elogios no intervalo do Benfica-Gil Vicente) é a primeira a lamber-lhe, por assim dizer, os entrefolhos sempre que a ocasião se proporciona, afastando quem se recusou a prestar-lhe vassalagem? Convençam-se disto. No futebol da actualidade, em que a maioria dos jogos são decididos por um golo de vantagem, todas as decisões dos árbitros (o VAR chegou para legitimar algumas das maiores canalhices arbitrais) têm um peso determinante nos resultados, nas carreiras das equipas, nas classificações finais; nos títulos e nos troféus conquistados. Não há forma de sair disto. E com a imprensa a lavar-lhes os erros sistemáticos em desfavor do Benfica (hoje até o pasquim da fruta foi unanime em reconhecê-los!) o seu poder ainda se torna mais evidente. Bem pode o Benfica trocar de Presidente e de treinador como quem muda de camisa ou descartar meio plantel a cada época perdida que, enquanto  for mantida esta postura mansa, não sairá da cepa torta.

Eu não percebo nada de comunicação, quiçá ainda menos do que de futebol, no entanto, atrevo-me a dizer que se alguém, como o Presidente Rui Costa, espera...espera...espera até o copo estar a transbordar - todos percebemos como a nossa televisão usa pinças e luvas de pelica para não melindrar os senhores do apito - o mínimo que esperamos é uma intervenção bem pensada e estruturada e nunca aquilo que mais pareceu um desabafo ou uma tentativa de resposta aos insultos (nunca em toda a minha vida assisti a nada parecido) dirigidos ao Presidente, vindos de um sector importante das bancadas da Luz. Para quem está habituado a levar com newsletter fofinhas e a engolir todo o tipo de desaforos dos árbitros sem que a estrutura do Benfica defenda os seus profissionais, continuamente humilhados pelos homens do apito e pela MDCSDQT, a intervenção de Rui Costa até pode ser encarada à luz de uma boa surpresa...

Contudo, os seus desabafos, porque não passaram de desabafos que mais cheiraram, aos olhos da opinião publica, ao medo que terá sentido dos sinais que lhe chegaram das bancadas, parece-me que Rui Costa pecou querer abarcar demasiados temas - o tal agradar a gregos e troianos que levaram ao despedimento do anterior treinador sem ter um 'plano b' bem pensado e estruturado (com os custos que são evidentes em pontos perdidos na tabela classificativa) - acabando por dar oportunidade a que a imprensa de hoje se tenha cagado, é o termo, para tudo o que ele disse, dando-lhe reduzidíssima importância nas suas primeiras paginas. Não há uma única publicação que faça capa das suas palavras e mais, o tema da arbitragem, que deveria ser de arrasar, ficou-se por simples notas, tipo rodapé! Quando o Presidente do Benfica fala, e agradecemos-lhe que fale o mínimo possível, o mundo (futebolistico) tem de parar para o ouvir com atenção.

Se Rui Costa queria falar da imprensa - sobretudo do grupo Cofina como deixou implícito - que desde há anos conspurca miseravelmente o Benfica e os seus profissionais, escolhia outra ocasião onde o tema Cofina e o esgoto da manhã fosse o único ponto agendado. Misturar no mesmo saco,  culpas próprias, dos jogadores, da equipa, do momento do futebol, dos árbitros e da imprensa, no final de um jogo que perdemos e à mesma hora, e no dia, em que os sapos defrontavam o clube sem adeptos nem estádio, é zero (como hoje se comprova) em termos de impacto mediático. Não tem (ou para que os tem) assessores de comunicação e de imagem o Presidente do Benfica?

Lidar com esse tipo de imprensa, MDCSDQT? Pouca letra, na minha opinião, mas mover-lhes toda espécie de processos em tribunal, sempre que ultrapassarem as marcas, talvez possa ser um bom começo. Não lhes facilitar a vida e, sei lá, dar-lhes a provar do próprio veneno - fazendo-lhes chegar às redacções (as tais fontes fidedignas que alguns pulhas tanto gostam de esgrimir) todo o tipo de notícias forjadas para os fazer cair ainda mais no descrédito, talvez não fosse uma medida desacertada. Qualquer coisa menos dar-lhes exclusivos no Seixal e outras enormidades a que já assistimos (quem não se sente não é filho de boa gente) e nunca por nunca manter esta passividade que se tem observado, que aos sócios mais sofredores nos mata e nos consome diariamente.

Concluindo. Se o Rui Costa tinha que dizer algo aos jogadores - e sabemos que muito terá para lhes transmitir - fazia-o em privado, como é sua obrigação. Amanhã ou depois, se achasse conveniente, mandava divulgar publicamente o raspanete para que os sócios e os adeptos soubessem que o Rui não anda a dormir como muitos o acusam. Assim, quase que me apetece dizer que o Presidente perdeu uma excelente oportunidade de ficar...a refletir. Falar de arbitragem e de árbitros, também das linhas dos fora-de-jogo que, como se viram mais uma vez najantas, são manipuladas já sem qualquer ponta de pudor ou vergonha, tem de ser (chegamos a um ponto em que os paninhos quentes não valem a ponta de um corno) objecto de uma conferência de imprensa convocada atempadamente, convidando jornalistas dos mais prestigiados órgãos de comunicação social mundial, usando as novas tecnologias de divulgação de imagens, com vídeos e provas de tudo o que, nos últimos três/quatro anos (não será preciso mais), se tem passado no futebol português. 

Só desta forma, mostrando a todo o universo da bola a tentativa de aniquilamento de que tem sido vítima o maior clube português; pouco importam as queixinhas à liga e à federação fazendo figura de urso perante a gentalha que por lá se instalou - numa escala nunca vista, é que valerá a pena dar o tal murro na mesa. Querem guerra? tomem lá guerra. Querem destruir o Benfica? tomem lá um Benfica pujante, sem medos nem rabos de palha. Venham de lá esses árbitros estrangeiros. Sem tremuras e sem ceder a chantagens. Se Rui Costa perceber isso, aquilo que os sócios e os adeptos realmente esperam de si, aí sim, todos poderemos clamar com orgulho: Este é o Benfica que eu amo. Este é o Benfica que eu quero. Sabemos que não ganharemos sempre. Mas seremos seus indefectíveis para sempre!