Tinha tudo para ser um jogo deveras entretido!

Estava a ver os primeiros minutos do jogo - com o Benfica a entrar na defesa do D. Chaves com a mesma facilidade que os sapos penetraram no ultimo reduto da Atalanta e o clube da fruta fecundou o Arsenal - a pensar tranquilamente no provável titulo - «Foi um jogo deveras entretido» - da crónica de hoje após a goleada de ontem. E assim até ao primeiro penalti (passe de Di Maria ao guarda-redes) desperdiçado pelo Benfica. A partir daí, e até ao fim, foi sempre a pensar em como um jogo que acabou com um resultado tangencial podia terminar (são às toneladas na história do futebol e basta lembrar o apocalipse do último Benfica-Farense) bastante mal. 

Di Maria e Arthur Cabral demonstraram como o Benfica está tão desabituado (já na meia final da taça da liga se vira) dos pontapés da marca de grande penalidade mas, por outro lado, há que relevar a coerência e a coragem dos avançados benfiquistas. Coerentes, remataram (no caso de Di Maria nem sequer se pode chamar remate àquilo) sempre para o mesmo lado do guarda redes, que, mais teimoso, provou que por ali não passava nada. E se o árbitro não acaba com a brincadeira (na repetição da grande penalidade dois jogadores do Chaves voltaram a invadir a grande área antes do tempo) ainda hoje lá estariam a chutar para o mesmo lado.

O público, que ali mesmo naquele estádio já tanto invectivou Arthur Cabral, foi tão magnânimo (nem um assobio ou murmurar de desagrado) na hora da sua substituição por Marcos Leonardo como, no final, manteve a coerência em arrasar o culpado (Roger Schmidt) de todos os males da humanidade. Do outro lado vimos o banco do Chaves em modo clube da fruta (as energias gastas por essa gente frente ao Benfica se as usassem nos outros dias jamais o Chaves estaria na situação aflita em que se encontra) e um treinador em modo boi do Jamor a provar que o ódio azul e bronco destilado na época passada ao serviço do V. Guimarães foi tudo menos por acaso.

Que mais posso dizer? Grande exibição do Chaves, Moreno varreu o pouco que resta de Schmidt da face da terra e o resultado mais certo era uma vitória de, pelo menos, dois dígitos a favor dos visitantes…por tudo isto os 3 pontos deviam ser atribuídos, 2 ao foculporto e 1 aos sapos, ficando, como castigo, mais 3 a debitar, de uma jornada a considerar, na conta do S. Braga se o Salvador estiver disposto a aceitar. Ganhar assim é que não pode ser. Vamos que o Benfica vence o campeonato, arrebata a Taça de Portugal e dá um abada ao Leverkusen na final da liga Europa! Querem ver que para o ano ainda vamos ter que levar com a incompetência deste alemão emproado?…

O balão dos benquistas não podia estar mais murcho (o dos verdadeiros nem levanta do chão de tão roto que ficou na época passada) e o dos sapos, sobretudo após a goleada aplicada ao Estrela da Amadora, não podia estar mais resplandecente e insuflado. O retrato é fácil de fazer: sapos a abarrotar de bazófia e benfiquistas para lá de acagaçados - na saída do estádio não ouvi outra coisa - tendo em vista os dois próximos jogos que não os deixam dormir sossegados. Eu já decidi o que fazer. Vou escrever até segunda feira próxima antes partir para uma ilha deserta. Regressarei ao activo daqui a 11 anos, quando o Liverpool do Rúben Amorim tiver abichado a quinta Champions em 10 anos, com a potência do alvalixo a um passo de bater o recorde do Bayern dos10 campeonatos de enfiada e o Rónalde à beira de bater o recorde de jogador mais idoso do planeta em acção, aos dias de hoje e por direito próprio, pertença do avô Renato Sanches. 

Mais logo teremos mais um teste às bancadas do Estoril. Será que aguentarão sem o peso do injinheiro macaco ou desabarão estrondosamente como em 2018? No relvado a questão é saber se o Basco Seabra poupará meia equipa a pensar nos importantes compromissos que se aproximam ou se arrisca ir a jogo com o infeliz (vale uma aposta?) Mangala. É a minha única curiosidade.