Hipócritas, mil vezes hipócritas!

Condene-se todo e qualquer tipo de racismo. Incitamentos ao ódio e à violência. Abaixo a hipocrisia e que ninguém fique impune! Preparem-se que isto hoje vai ser comprido. O futebol português transformou-se num assunto demasiado perigoso. O país está virado do avesso e ao Benfica eu vejo-o a cada dia que passa cada vez mais desprotegido. Há muitos benfiquistas a cavalgar desabridamente esta onda nas redes sociais e a alguns (outros nem isso) só lhes falta acusar Luís Filipe Vieira de chamar preto a Marega. Os ladrões e os malfeitores são os heróis da comunicação social e os ofendidos, ao invés, cada vez mais são carne para canhão! Isto começa a fazer-me mal. Agora é o racismo, assunto tremendamente delicado, com o radicalismo que se instalou em todos os sectores da sociedade. E quando se pretende misturará-lo com politica de extrema direita e esquerda, futebol, sobrevivência (porque também é disso que se trata) e fundamentalismo clubístico, até as amizade são postas em perigo! Deixarei a minha opinião e sairei de fininho, até ver...

Racismo no futebol. Dezenas de futebolistas negros são enxovalhados semanalmente no futebol nacional, como centenas de futebolistas brancos são emporcalhados durante a sua actividade profissional. O racismo que impera no futebol não é a cor do individuo. É a cor da camisola. As massas estão estupidificadas e reagem independente da cor da pele. Chamam preto a Marega, a Nelson Semedo e a Renato Sanches como cospem em Jorge Jesus no Estádio Nacional depois de uma final da taça perdida. Na época seguinte levam-nos ao colo se ganharem um titulo ou se vestirem as cores do seu clube. Não é racismo, é tacanhês, cretinisse e imbecilidade cognitiva...

Se Odisseas, que é branco, ao ser atacado com bolas de golfe e cadeiras arremessadas das bancadas resolvesse ir embora do relvado levaria com o odioso do mundo da bola. Não fez nenhum gesto obsceno e o Artur Soares Dias, vá lá saber-se porquê, ainda lhe mostrou o cartão amarelo. Se o Benfica e os árbitros tivessem recusado entrar no dragão (como agora se verifica que deveriam ter feito) em função das ameaças de morte, comprovadas nos bonecos enforcados à porta do estádio, levariam com o odioso do mundo da bola.

Quando o presidente do foculporto - entrevistado pelo semanário "Sol" - afirmou "quando passei pela morgue e vi que lá estava grande parte do Benfica, aí, melhorei e vim embora", para o rascord foi "a ironia que continua a imperar nas últimas declarações de Pinto da Costa" ... aproveitando para enaltecer o "humor negro" com que o presidente portista comentou uma notícia avançada pelo "Expresso Online. Quando Nelson Semedo também foi alvo de insultos racistas, no mesmo estádio Afonso Henriques, o pasquim mais ordinário da MDCSDQT concluiu que «o cliente tem sempre razão. Se ainda não conhecia este clássico, o lateral do Benfica ficou ontem a saber que a única interacção com o publico é o agradecimento de aplausos. Haja respeito». Eu não sei quem foi o FDP que escreveu isto, atribuindo a medalha de lata ao futebolista do Benfica, embora não custe imaginar que tenha sido o mesmo hipócrita que, na capa de hoje do mesmo pasquim, atribuiu nota "máxima a Marega pela atitude corajosa e pelo golo marcado".

Xenofobia, racismo, homofobia, crimes de ódio? No futebol português todos insultam todos. Os jogadores insultam-se entre si, insultam os árbitros e também o publico. O publico insulta os jogadores, os do seu clube e os adversários, e os árbitros sofrem todo o tipo de enxovalhos sem poderem soltar um queixume. Os comentadores de futebol, na sua generalidade, são repugnantes, facciosos, mentirosos, arruaceiros e os maiores veículos de incentivo ao ódio. Os jornais desportivos, caixas de ressonância de toda a imundice que gravita à volta do futebol, mentem descaradamente em busca de polémica. Presidentes comportam-se como os adeptos mais raivosos e há treinadores a cuspir e a agredir adversários só porque se recusam a abrir as pernas...

Há equipas que se vendem e outras que se deixam comprar. Sorteios manipulados, árbitros corruptos, presidentes ricos e os seus clubes na banca rota, funcionários de faca na liga, resultados combinados, contas aldrabadas, claques violentas, mulheres insultadas pela cor da camisola, auto-estradas e bombas de gasolina assaltadas, aviões desviados, polícias agredidos, adeptos violentados, crianças perseguidas, autocarros atacados à pedrada...e guardam a indignação para umas centenas de grunhos que chamaram preto a Marega?

Hipócritas, mil vezes hipócritas! Quando a UEFA multou o clube da fruta por insultos racistas a Balotelli e Yaya Touré e quando o líder da claque do clube da fruta usou o megafone para chamar macaco a Nsame do Young Boys, no momento em que se preparava para marcar um penalti najantas contra o foculporto, Sérgio Conceição veio a publico afirmar que "sinceramente, no nosso país, não vejo que haja racismo ou insultos a jogadores de outras nacionalidades" e não vi nenhum dos indignados de agora a exigirem castigos exemplares.

Quando o presidente do foculporto encerra o seu discurso, na gala "dragões de ouro" de 2010, afirmando que - «Em 1134, o bispo do Porto, D. Pedro Picoas, exortou os cristãos a juntarem-se para ir a Lisboa para conquistar os mouros e expulsá-los de Portugal. Ainda está lá escrito (Sé do Porto). Para além de um santo, D. Pedro Picoas foi também um grande sábio» - isto foi considerado pelo jornal Publico com uma "farpa aos rivais». Quando os jogadores do clube da fruta, nos festejos na varanda da câmara do Porto, entoam cânticos de "nós só queremos Lisboa a arder" e o "filhos da puta SLB" ... quando vemos tarjas no estádio dajantas como a "morte aos mouros" e o "matar um benfiquista é uma conduta", mulheres envergando t-shirts onde se lê "antes puta que benfiquista" e a claque oficial do clube a cantar "eu só queira que o avião da Chapecoence fosse o do Benfica" nunca os hipócritas de agora se pronunciaram sobre o assunto...

Quando o foculporto patrocina o "disco do dragão", posto à venda em 2004, com uma faixa chamada «Mata o Mouro», cantada e aplaudida na gala do clube da fruta ou quando o deputado Carlos Abreu Amorim escreveu no Twitter assumindo o seu ódio ao Benfica, "Magrebinos: curvem-se perante a Glória do Grande Dragão!", estão a ser espantosamente racistas ou miseravelmente nazistas?...

Com os seus acólitos, em 2015, obrigou o comandante do voo TK 1450 da Turkish Airlines, que fazia a ligação entre as cidades do Porto e de Istambul, a aterrar de emergência em Roma por desacatos (a uma hospedeira) provocados no interior da aeronave! O macaco madureira, arruaceiro de profissão, agressor e assaltante de auto-estradas e estações de serviço, que escreveu um livro onde confessa toda a espécie de crimes, é uma referência da MDCSDQT. No sábado foi cabecilha de uma vigília, em frente ao Tribunal da Relação do Porto, para defender o pirata rui pinto, encarcerado por crimes que nada têm a ver com o Benfica. Entrevistado na canalhadasTV, a estrela mediática que também é injinheiro de rachas com doutoramento em invasões de relvados, atacou as instâncias judiciais, o ministério publico e o estado de direito; «Sabemos o poder que o clube que ordenou a sua prisão tem», sem que ninguém se ofendesse...

O foculporto é um clube que gosta de se presumir irascível, com um histórico de jogadores violentos, sempre promoveu o insulto, a coação, a arruaça e a agressão gratuita. Jogar em Contumil, até para as equipas estrangeiras, sempre foi um terror, desde os tempos do guarda Abel. Com o apito dourado, os novos estádios, as novas tecnologias e o passaporte biológico dos jogadores, o clube da fruta levou algum tempo a recuperar o poder absoluto. Como se tem visto nestes últimos tempos, é óbvio que já se recompuseram de todo. Na Luz, por incrível que pareça, ainda é o lugar onde se sentem mais à vontade. As autoridades protegem-nos, permitindo-lhes toda a espécie de desacatos sem qualquer problema. Guimarães talvez seja o único sítio do mundo onde nunca conseguiram impor a sua lei...

Guimarães é aquilo. Há muitos anos que é aquilo. É um local onde não não me é permitido circular com um cachecol do Benfica sob pena de correr riscos de vida. É uma cidade onde ninguém se atreve a instalar uma casa do Benfica. Acontece num país onde sou proibido, na maioria dos estádios, de entrar livremente com adereços do meu clube, mesmo que tenha comprado o ingresso a preços exorbitantes e sem nada que imponha fazê-lo. Obrigam-me a deixar o cachecol e a camisola à entrada do estádio, como no estádio do Bessa, e não é por eu ser branco, amarelo ou preto. Apenas porque me apresento de vermelho vestido. E não são as massas estupidificadas que me fazem sentir descriminado e humilhado. São as autoridades policiais (e os seguranças) que cumprem ordens superiores. 

Eu estou muito preocupado! Em 2012, era Jesus o treinador do Benfica, à frente de uma super equipa, vi uma vantagem de cinco pontos transformada em dois de desvantagem em apenas três jogos. Uma xistralhada das antigas em Guimarães, e um roubo de (Hugo Macron) igreja em Coimbra, deram a Pedro Proença o balanço que necessitava para espoliar o Benfica na Catedral da Luz, validando a Maicon, central do clube da fruta, um golo de fora-de-jogo que ficou na história como um dos maiores atropelos à verdade desportiva. Agora, depois de uma campanha miserável assim que o Benfica alcançou uma vantagem de sete pontos, seis já desapareceram num ápice e promete não ficar por aqui. Antes era por causa do equilíbrio de forças. Com este assunto do Marega temo pelo crescer do andor...

Como eu disse no inicio, se é que alguém conseguiu chegar sem adormecer até aqui, há benfiquistas a cavalgar desabridamente esta onda nas redes sociais e a alguns (outros nem isso) só lhes falta acusar Luís Filipe Vieira de chamar preto a Marega. Os ladrões e os malfeitores são os heróis da comunicação social e os ofendidos, ao invés, são cada vez mais carne para canhão, o que facilita ainda mais o trabalho de quem tudo faz para impedir a hegemonia do Benfica. Fica a parte documental e o alerta...