O Tulipa azul à riscas e o Vizela que ontem foi uma naçon.

Jornada épica, daquelas de meter os especialistas da especialidade a chafurdar e a berrar por mais! A expulsão de Anderson aos 88 minutos, pelo que ouvi, foi de tal maneira importante e decisiva que fiquei com a ideia que aconteceu ao minuto 7 da primeira parte. A julgar também pelo que ouvi, conclui que o Benfica, apesar da Juventus e Paris Saint-Germain, fez o melhor resultado de toda a época desportiva. Sem o bambúrruio de sorte que o acompanhou até ao Minho seria impossível ganhar a este adversário, dos melhores do mundo e arredores. Há que reconhecer: o Vizela foi o máximo e o Tulipa azul às riscas muito melhor que o Guardiola. Foi como se o Vizela fosse a W52-foculporto, o Tulipa o Nuno Ribeiro, o Benfica a subida da Graça e a bola do jogo uma seringa a rebentar de Eritropoietina! 

O que aquela rapaziada lutou pela posse da bola, meu Deus! Que genica diabólica, que excitação constante, que concentração inexorável, que facilidade em correr a fundo durante 100 mts! Que montanhas de talento que não se tinham visto até ontem no Vizela! Desde que os sapos de Jorge lagarto vergastaram o Real Madrid em pleno Bernabéu - foram derrotados (1-0) mas a critica também foi unânime em concluir que achincalharam o adversário - que não se via nada assim! Para haver justiça nesta liga tinham que atribuir um ponto ao lagartedo e dois ao foculporto. Um das caldas para o Moniz e uma derrota nas contas do Benfica por se deixar subjugar rotundamente. 

Os catedráticos da bola e o comentador Vitor Paneira ficaram tão cegos com a exibição dos galácticos do Vizela que contaram como bolas na trave e oportunidades de golo jogadas iniciadas em claro fora-de-jogo! Foi uma sova tão épica que houve uma altura, devo confessar, em que o Vizela me fez lembrar o Liverpool na passada terça-feira a passar a ferro (2-5) o Real Madrid em Anfield Road! Digo mais: com o Tulipa azul no banco, o Paneira nos comentários e um Manuel Oliveira à maneira, o Real Madrid não tinha levado uma abada das antigas.

Primeira conclusão: o venezuelano Lacava (quase sempre há um sul americano metido nestas estórias) que derrubou Grimaldo na área, qual Alfa Semedo, pareceu estar 'tocado' pelo Benfica. Segundamente, como dizem o brasileiros, todos os jogadores do Vizela que falharam 34 oportunidades de baliza aberta que o Vitor Paneira e os especialistas da especialidade viram o Vizela desperdiçar, talvez estivessem comprometidos com a mala ciao do Benfica. Terceira conclusão: só a expulsão de Anderson aos 88 mts evitou um descalabro de proporções bíblicas para o Benfica. Ultima conclusão: o Vizela e o Tulipa azul às riscas são a oitava maravilha do mundo.

O jogador da equipa da casa destacado para as entrevistas rápidas falou bem e bonito. Recordou que o Vizela jogou sempre benzinho contra sapos e clube da fruta mas que só ao Benfica, na temporada passada, conseguiu amealhar um pontinho para a mala. Pena não se recordar da expulsão de Taarabt logo aos 7 minutos e de enviar uma palavrinha de apreço a Manuel Oliveira e André Narciso, autores - entre muitas outras tropelias - da proeza. Ainda assim esteve bem. Ele e a sporttv, com destaque para o comentador Vitor Paneira, que não se cansou de referir a fatalidade que foi para a equipa da casa ficar a jogar com menos um jogador a partir do minuto 88! Depois de 100 minutos a puxar pelo Vizela, Paneira bem merecia o prémio de melhor Bruno Fernandes em campo que atribuiu a João Mário.

O Tulipa azul às riscas também foi um gajo à maneira. Não lhe foi fácil disfarçar a dor de corno que se lia nos seus olhinhos pequeninos mas conseguiu, com enorme facilidade, conquistar a simpatia dos sempre crédulos benfiquistas, que de pronto, lhe fizeram os maiores elogios. A mim, tenho de confessar que aquele ar de intelectual de pacotilha me proporcionou enorme tusa. Maior que a que me costuma dar Musa. Queixou-se do árbitro, um clássico dos fruteiros nos jogos contra o Benfica, mas desta vez teve razão. Penaltis perdoados ao Benfica, pelas minhas contas, foram pelo menos uns quatro, houve duas expulsões ignoradas pelo árbitro e mais de uma dezena de cartões amarelos que ficaram no bolso do Ferrari. Não há dúvidas. Este jogo foi preparado pelo SLB até ao mais ínfimo pormenor.

Além do roupeiro e do tratador da relva que o Benfica aliciou, notou-se pela pouca competividade (ninguém deu por eles) que tiveram nos 100 minutos, percebeu-se que desta vez até os grunhos do injinheiro macaco (aglomerados atrás do Banco do Benfica) o SLB seduziu. 

Roger Schmidt foi finalmente expulso. Motivo: excedeu-se nos festejos (abraçou os adjuntos) após o segundo golo de João Mário. A tropa do macaco que durante todo o jogo o injuriou, cuspiu e agrediu com isqueiros e garrafas de água, não gostou e intensificou a sua fúria. Schmidt apanhou uma das garrafas e atirou-a para um dos lados. Não o fez com raiva ou a rosnar como um rafeiro. Atirou-a simplesmente. Nuno Almeida, com a simplicidade que distingue os mentecaptos, chamou-o à parte para lhe mostrar o cartão Vermelho. Foi um valente, merecendo a confiança do Grrrrrrrrrronçalves e mais um ano extra nos relvados. O treinador do Benfica, com a classe (sangue de barata é outra coisa) que o distingue, explicou assim a punição: "reagi às provocações dos adeptos, não é permitido, e aceito a expulsão". Para a matilha anti-Benfica ficou claro que o alemão sempre foi mais arruaceiro que o boi (do Jamor). Para o CD da federação (além da multa milionária) não se espera menos, se pensarmos na reincidência, que uma punição exemplar. Menos de dois meses sem botar faladura, trancado no Seixal a pão e água, será a prova que o Benfica continua a mandar nesta merda toda.

Ainda Roger Schmidt não tinha mandado a roupa para a lavandaria e já o clube da fruta tinha espalhados pela MDCSDQT os dejectos do Francisco espanca Marques. Tulipa tem garantidos para os próximos dias grande exibição mediática. Presença reservada no canal 11 da federação para explicar a tática que reduziu à sua verdadeira dimensão o alemão, quatro entrevistas ao gato, duas reportagens da TBI ao periquito azul que o acompanha desde os tempos do clube da fruta e uma outra ao padre de Vila Nova de Gaia que lhe fez a comunhão solene na igreja de Contumil. A TBI Palermo e o soldado Moniz têm pela frente mais uma semana intensa a marrar contra o Benfica.