Emoção a rodos.

Foi catita a noite de ontem. Mesmo sem técnicos à porrada, socos na cara, escarradelas, arruaças e demais javardices que há décadas vão fazendo as delicias da MDCSDQT, os quarenta e tal mil valentes que preencheram as bancadas da Luz assistiram a um belo jogo de futebol, sobretudo na segunda parte, onde o Benfica fez gato sapato do campeão russo que, a uma dúzia de jogos do fim do campeonato, segue isolado na frente (do Krasnodar) com dez pontos de avanço. Foram três os golos - irregulares segundo os técnicos de arbitragem do pasquim da fruta - que à maioria dos desportistas souberam a pouco, perante a mão cheia de oportunidades desperdiçadas e o bom futebol praticado após o intervalo. Os antigos especializados comedores de dióspiros maduros foram unânimes na análise. Depois de aturados estudos dos regulamentos do "livro das putas" os três expert concluíram que os três golos o maior clube português teriam de ser imediatamente anulados pelo VAR. Em causa está uma jogada de bola na mão ocorrida no recente foculporto-Krasnodar.

Emoção a rodos. Aos 80 minutos de jogo, o Zenit, mesmo a perder 3-0, tinha lugar garantido na fase seguinte da Champions e o Lyon já dava como certa a saída das competições da UEFA. Dois minutos depois o Zenit via-se afastado de tudo e os franceses carimbavam a presença na maior competição de clubes. Dois minutos, os mesmos que impediram o Benfica de vencer o Leipzig na Alemanha deixando o campeão português reduzido a pelejar por um lugar na Liga Europa. Foram esses dois minutos fatídicos, que já aconteceram a todas as equipas do mundo, e não as opções discutíveis, com a propósito ou zero de legitimidade, do treinador a ditar o afastamento do Benfica.

Escusam pois, (porra que nem perante as vitórias mais retumbantes são capazes de largar o fel que os atormenta) de apontar a artilharia pesada a Bruno Lage e às suas escolhas. Jogou ontem, como na Alemanha, com o seu melhor onze? Mas qual melhor onze? Um onze onde cabem alguns dos maiores folps que a dupla Mendes/Vieira já conseguiu impingir ao Benfica? Do onze inicial - abarcando as preocupações dos benfiquistas preocupados, sábios talibans da internet, especialistas da especialidade, comentadores catedráticos e outros calejados paineleiros - se o treinador do Benfica lhes fosse satisfazer as vontades nenhum daqueles maduros tinha jogado!

Odisseas jamais calçaria depois de escorraçado após o Benfica-Belenenses da época passada. Rúben tinha sido trucidado no mesmo dia, e em Leipzig, por causa dos erros de principiante cometidos. Ferro teria de nascer mais umas quarenta vezes até ganhar traquejo na Champions. Grimaldo andaria a receber tratamentos de baba de caracol e placenta de burro para ficar do tamanho da barriga do Marega. Tomás Tavares, tantas foram as criticas, tinha visto terminar a carreira (no Benfica-Leipzig) ainda antes de ter começado. Gabriel (quem não se recorda do flop que o Rui Vitória insistiu em trazer para o Benfica) há muito o tinham levado ao aeroporto e despachado para  longe. De Taarabt já nem as cinzas restavam. Pizzi, com sorte, estaria ao serviço do Sporting da Covilhã, de onde nunca deveria ter saído. O pequeno Cervi - sem altura para estas andanças - depois de assinar pelos sapos, estaria agora a ser ouvido no tribunal do Monsanto. Chiquinho, na melhor das hipóteses, estaria ao serviço da Académica de Coimbra, na segunda liga, onde os incompetentes do Benfica (que não percebem nada desta merda) o foram contratar. Vinícios...bem...de Vinícios o especialista Rui Gomes da Silva que o diga.

Pedro Ribeiro, treinador do Belenenses - ao que parece - falando para o boneco. «Ó boi, deu-me um soco» ... «Eu não fiz mal a ninguém, caralho» ... «foda-se» ... «é uma vergonha, caralho» ... «que é esta merda, pá?» ... «vale tudo no futebol?» ... «vale tudo, dar socos, caralho?» ... «ele deu-me um soco! deu-me um soco» ... «deu-me um soco, caralho .... «ó boi»...

Passam as horas, e os dias, sem que ninguém consiga descortinar o nome do boi do Jamor. E o que mais está a deixar espantados os fieis seguidores das peixeiradas televisivas é não ter aparecido nenhum especialista especializado em descobrir caralhos nem o proprietário do boi enunciado. E nem sequer o professor doutor Jorge Amaral, perito nas mais diversas áreas da sociedade portuguesa, que vão desde a arbitragem, onde pede meças a Vasco Santos e Otávio Machado, novas tecnologias, linhas de fora-de-jogo, frames, medicina desportiva, baba de caracol e placenta de burro, OPAS e VMOCS, gestão&finanças, terrorismo, contratações de flops e vendas ao desbarato, cuspe electrónico, intrincadas tácticas, futebol brasileiro, jesuês e linguagem labial (entre outras), conseguiu desfazer o enigma!

Uma sugestão ao CD e ao implacável Meirim! Se não conseguirem descobrir quem é o boi, castiguem exemplarmente o autor da calunia. Mesmo que a SAD Belenenses prefira enfiar os cornos no Calor da Noite e que o Pedro Ribeiro não tenha autorização para defender a sua honra, não podem fingir que não ouviram. Se o que vemos não é um filme de terror então andava mesmo um boi no Jamor.