Benfica, Al Nassr, o melhor da rua dele e o vento forte do Al Garve.

No estádio Al Garve os milhares de benfiquistas que esgotaram os bilhetes em 48 horas para ver Talisca, Gonçalo Ramos, Di Maria & comp. certamente que não deram por mal empregado o dinheiro que gastaram. Apesar dos ensinamentos de Rúben Amorim, os treinadores não esconderam as contratações mais caras e os jogadores tudo fizeram para proporcionar um bom espectáculo. Depois de uma primeira parte onde o campeão nacional passou a ferro o melhor Al Nassr do torneio do Al Garve, a segunda, com os 11 substitutos de Roger Schmidt, ainda assim, chegou e sobrou para demonstrar o declínio do futebol europeu e a razão do campeonato português ficar muito aquém da liga árabe! Como não vi o jogo em directo enchi-me de coragem e fui observá-lo, com calma, mantendo o som ligado.

Para a TBI foi um fartote. É verdade que o final foi demasiado penalizador para os pobres comentadores indigitados mas, enquanto o Benfica não desatou a espetar aqueles lombos, o torneio Al Garve mais parecia a final da Champions League. Há que compreendê-los, no entanto. Não é todos os dias que se pode lamber a melhor tomatada do mundo durante várias horas a fio! O repórter de pista, nos raros momentos em que, muito a contra gosto, largou os melhores tomates do mundo, estava tão eufórico que conseguiu descortinar duas novas aquisições do Benfica! Cheguei a recear que descobrisse o Gyokeres escondido na cueca do melhor da rua dele. E como sou bastante lerdo, ainda demorei alguns minutos até perceber que o seu Koqueciú era o Kökçü do nosso contentamento e que o Shiéldrup, afinal, era Schjelderup marcador do quarto golo do Benfica! Cum catano! Todos marcaram menos o melhor da rua dele! Marcou o gajo dos 35 anos, facturou por duas vezes o Gonçalo Ramos - suplente dos suplentes do melhor da rua dele na selecção dos Femacosas - e até o "nórdico" com cara de menor de idade, que a mãe mandou à perfumaria comprar laca, conseguiu molhar a sopa! Não se faz.

Em destaque durante toda a primeira parte - «vento forte a pressionar o Al Nassr para trás» - a forte corrente de ar causadora de todas as desgraças do Al Nassr, desapareceu da boca dos comentadores assim que chegou o intervalo! Prémio de melhor idiota do torneio para Dani. E como gosta de fazer gala! Alvíssaras a quem conhecer um especialista da especialidade que debite tanta merda em duas horas de completa insanidade. E o que as alimárias suspiraram por um penalti redentor que pusesse cobro ao calvário do melhor da rua dele? 

Exibição do campeão nacional à parte - que deleite é ver a máquina oleada do Benfica de Roger Schmidt a funcionar - o momento mais cool da noite foi quando o melhor da rua dele exigiu mais 5 minutos (que acabaram por ser 30) ao treinador e o Schjelderup, de imediato, lhe espetou a quarta farpa. O que deve ter sorrido o comendador Rafa ao observar o papel ridículo, deserto para marcar um golo ao campeão nacional, do melhor da rua dele! Uma palavrinha para o VAR (3 minutos a validar um golo do Benfica) e outra, porque me custa a acreditar que tenha sido por acaso, para a caça às canelas de Rafa Silva. Chamada de atenção para o árbitro (a poupar uns quantos cartões amarelos ao Al Nassr) e para os berros de Luís Castro, tão fleumático habitualmente, no banco de suplentes por causa de um passe mal medido de um seu jogador que resultou no quarto golo do Benfica! Que pena eu tive do ex-treinador do Botafogo! Só mesmo os muitos milhões que vai ganhar justificam largar o líder do "brasileirão" para ir para o deserto servir de capacho ao melhor da rua dele.