Basta trocar o umbigo tamanho XXL por um pinguinho de vergonha na cara.

Contra os Pinheiros do sistema, contra os coisos das tochas e dos petardos, a MDCSDQT e os especialistas da especialidade, paineleiros e verdadeiros verdadeiros e chusma anti-Schmidt. A favor da urbanidade, do futebol e das famílias nos estádios, assim foi (seria) a tarde de ontem se não vivêssemos num país onde o que vende é a arruaça e o que se condena é integridade e a impossibilidade de controlar a imprevisibilidade de um resultado de futebol durante 90 mts! Se me oferecessem (com este ou outro treinador) para a próxima época 76 pontos - com francas possibilidades de completar 85 - a 3 jornadas do fim, eu assinava de cruz. Os exigentes que não exigem menos que 35 vitórias em 34 jornadas dirão que o Benfica é deles, não dos fracos como eu. Ontem, por volta dos 30 mts, onde perigo do sapismo benfiquista ficou mais uma vez exposto, terão ficado tão inchados como os sapos mais opados. Esse é o Benfica deles. Não o meu. 

O 3-1 final, escasso e sem espinhas, apenas revela, e em parte, a natural superioridade do campeão nacional. Num país a sério, onde a esquizofrenia anti-Benfica não fizesse parte do léxico cartilheiro à volta de uma ideia estupida cada vez mais enraizada: que o Benfica além de não deixar passar os adversários do meio campo tem de os golear a partir do primeiro minuto de jogo - a exibição de ontem seria um belo exemplo de como descascar uma equipa que entrou em campo para não deixar o Benfica ganhar limitando-se a esperar por um ressalto milagroso ou um contra-ataque esporádico onde a sorte ou um fenómeno qualquer (como os 6 cm de uma unhaca mal aparada) lhe proporcionasse, sob o aplauso da maralha anti-futebol, algo mais que a merecida derrota. 

Não pela forma legitima como se apresentou defensivamente mas pela forma como o fez. Com manha (João Moutinho é um asco), com batota, anti-jogo continuado e jogadores constantemente caídos no relvado, cagando-se para o futebol, para o publico e para o espectáculo. O Braga defendeu à porco - e isso não perdoo ao mais pintado - contando com um primo (da mesma cidade) ainda mais badalhoco. Bem podem besuntar João Pinheiro de todas cores possíveis e imaginárias mas nunca, mas nunca, pintem esse coiso de vermelho. 

Boa entrada do Benfica (Arthur Cabral tem de largar o fetiche pelos ferros) até que os efeitos do sapismo propagado pelas tochas dos petardeiros perturbasse irremediavelmente a equipa até regressar de cabeça limpa do balneário. Lembrando-me do que aconteceu em Milão, temi, é verdade que temi, que o campeonato ficasse ontem entregue à saparia. Até já tinha os parabéns engatilhados para os endereçar aos exigentes que "acenderam" as tochas e as "lançaram" dos teclados para o relvado. Avançando...

Primeira parte de desgaste e uma segunda de ir amassando o adversário até que as substituições  - ontem todas foram feitas pela minha tia - completassem o plano. Quem vê a entrada a 100 à hora de Kökçü percebe como Roger Schmidt não sabe lidar com os jogadores nem tem mão no Balneário. Quem vê Marco Leonardo entrar faminto de golos percebe como é urgente ao Benfica trocar imediatamente de treinador. O segundo golo do Benfica só acontece por causa das individualidades. Não há, naquela jogada de génio colectiva, uma pontinha de mérito do treinador. Até eu, que me contento com tão pouco, sou capaz de entender isso. 

João Mário joga futebol (jogar à bola é outra coisa) como poucos e quem não gosta de Di Maria - que craque, meu Deus, que craque! - não gosta mesmo nada de futebol. Se mais não fosse, e tanto tem sido ao longo destas 31 jornadas, só aquele cruzamento teleguiado para o fantástico golo de David Neres vale o preço de um ingresso. Pago meu o Redpass de bom grado só para ver este tipo de poesia! 

Jogadores como Tiago Gouveia, ao contrário do que leio e ouço por aí, quando vai dar o peito às balas dos petardeiros não está a defender o treinador que não quer apostar nele. Está a defender o homem que mais acreditou nele. E o Florentino joga o dobro, o triplo no jogo de ontem, do que jogava (na porta de saída para um empréstimo sem retorno financeiro) quando Roger Schmidt chegou ao Benfica. Nem é precisa muita inteligência para observar isso. Basta trocar o umbigo tamanho XXL por um pinguinho de vergonha na cara.