Podes fazer as malas, boneco...

Ilustração de Patrícia Rodrigues

A narrativa da hora do jantar e os pormenores da "violenta discussão" entre o treinador e o capitão de equipa estão tão bem explicadinhos e espalhados pelos habituais canais da fruta que mais parecem uma estória da carochinha, compilada por quem quer, desesperadamente, controlar os estragos. Mesmo assim (ainda demora o seu tempo arranjar um argumentista de calibre) o clube da fruta não conseguiu por mais de 48 horas segurar o silêncio que, em anos anteriores, seria de morte. Quando o fugitivo de Vigo mandava, abria a jaula ao macaco e só a presença do inginheiro das rachas seria o suficiente para acabar com qualquer foco de instabilidade. Uma arma apontada ao joelho dos prevaricadores e acabava-se o forrobodó num instante. O que é que eu acho que se passou? Que o ambiente anda de cortar à faca desde que o macaco humilhou publicamente o plantel com o apoio - ou omissão do boneco - só um estupido dióspiro não vê...

Que o Canelas 2010 e o inginheiro macaco já não dominam apenas as policias, o justiceiro Meirim, a Federação do 'facturas' e a liga do rolha, parece-me uma evidência. Onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão. A quantidade de grunhos por metro quadrado aumenta a cada ano que passa. Regressou o Paulinho Santos, o mastim Gonçalves foi chamado de urgência e o treinador é um arruaceiro que está convencido que as rodinhas e os urros do 'somos porto' no centro do relvado são mais eficazes que o estudo aprofundado do jogo. É um fedor a anos 90 que tresanda. O problema é que o Benfica mudou. O maior clube português fortaleceu-se e estruturou-se de tal forma que já não lhes bastam os Veríssimos e as Capeladas dos Xistras desta vida para os manter a ganhar. Vencer sem oposição acabou. E se os sapos soubessem, com dignidade, ocupar o seu estatuto de segunda maior equipa portuguesa, o fim seria mais penoso.

Lideranças como a do boneco Conceição, forte com os fracos e um cagão com os que o mandam tomar no seu cu, acabam todas da mesma maneira. Foi assim em Olhão, Coimbra, Braga...todos os sítios onde passou, andou à porrada ou saiu antes de levar no focinho.

Danilo, provavelmente 'tocado' pelos seus companheiros, não quis o Fábio Coentrão no clube da fruta e, como capitão, transmitiu-o ao seu treinador. O boneco não gostou, armou-se em Tiquinho Soares, e, mais sopapo menos sopapo, mandou o capitão de equipa tomar no seu cu. Esqueçam as estórias da Carochinha que os arautos da fruta puseram a circular. Uma claque (Coletivo 95) do foculporto lançou um comunicado a repudiar a contratação do boneco Coentrão - pedido expresso de Conceição - que o foculporto (previamente) mandara divulgar nos canais habituais. Marco Gonçalves, sub tenente do inginheiro macaco nos superdragões - conhecido por aplicar uma joelhada no rosto de um árbitro num jogo do Canelas 2010 - deu as boas-vindas ao feito de Sporting e deixou escrito um aviso, prontamente divulgado pela merda de comunicação social desportiva que temos, ao Colectivo 95. "Pode ser que fiquem na rua no próximo jogo"

E só depois disto é que a estória do jantar entrou de rompante na comunicação social. Os jornalistas conhecedores da briga - alguém acredita que a CS não sabia nada do que se passou no Algarve? - fingiram (o onojo foi o que mais resistiu) desconhecer a pancadaria e começaram a evacuar. Como argumento até nem está mau (parabéns ao Manuel Tavares?) mas nota-se que foi colado com cuspe. O "feito de sporting" não vai entrar no foculporto e o boneco, se ficar nestas condições, tomar no seu cu vai passar a ser o seu modo de vida.

Os mal dizentes dirão que nada muda no mundo. Os sapos recebidos em euforia com um resultado da pré-época, Jorge lagarto a encher de júbilo a merda da comunicação social que temos e o Bruno Lage, sem brilho, insistindo na velha rotina de se limitar a trabalhar e...ganhar. Eu digo; Que madrugada, caramba! Nem sei o que mais me entusiasmou! Se a grande epopeia do Sporting (empate com o Liverpool, campeão europeu) onde se notou que o dedo mestre ainda persiste na forte dinâmica dos sapos, a vitória sofrida do campeão nacional contra as reservas da Fiorentina, ou se a brilhante derrota (0-2 mesmo jogando contra dez a partir do minuto 50) do Falamengo, estudada ao pormenor (é reconhecido pelos especialistas da especialidade o tempo que o mestre dedica aos mais pequenos detalhes) só para dar a conhecer à torcida as coisas novas que cria todos os dias. Tudo previsto para lhes poder dar o prazer da remontada.