Especial de corrida...

Boneco Ceição. «Tenho um feitio especial, nao gosto de injustiças». Para um grunho especial tudo o que não seja ganhar é injusto. Eu não conheço outro asno com tanta noção do que é justo. É muito interessante a noção de justiça. Tanto pode resplandecer no retirar de criminosos das cadeias, soltando-os nas ruas de quarentena, como abrilhantar vigílias ilegais para soltar o pirata Rui Pinto. Para o boneco é tudo simples. Justiça é escarrar no treinador do Paços de Ferreira por se recusar a abrir as perninhas. É dar um murro no Pedro Ribeiro (justiça divina?) sabendo que as câmaras do Jamor para além de surdas são mudas e demasiado pitosgas para reconhecerem um boi. Deixar adversários (os que não baixam a cueca) de mão estendida é do mais justo que já lhe vi fazer e andar à pera com os diversos presidentes também. Insultar árbitros impunemente faz parte da justiça que o tornou especial. Tanto que o justiceiro Meirim parece ter adoptado um código de justiça especial só para si. É isso, carago. Só alguém muito especial para reiterar a bondade do boçal.

Foculporto em casa casa, o programa do fruta canal continua embrenhado no seu desfile especial. Agora Jorge Costa e Vítor Baía, com a especial, lá está, especial, participação do boneco cagão. O bicho, o belo e o grunho. Não há como não morrer se saudades do trio! E como a modéstia sempre fez parte da casa, Vítor Baía, à pergunta se considerava ter sido o melhor guarda-redes português de sempre, foi tão ágil a responder como quando lhe era permitido defender com as mãos fora da grande área o clube da fruta. "Mas não há dúvidas nenhumas...", com o bicho a abanar as orelhas, corroborando a bazófia do pior guarda-redes da história do Barça; "Não há mesmo".

E porque "há gerações que não nos viram jogar e não têm a noção daquilo que era o nosso valor" eu também acho que é preciso lembrar. Quando olho para Jorge Costa, não consigo esquecer George Weah, com os dedos da mão do avesso, após caricia dos pitões do animal. Na volta, que o antigo atleta do AC Milan não era de se ficar como o cobardolas Pedro Ribeiro no Jamor, o liberiano entendeu dar-lhe o troco deixando-o com o nariz partido e o sangue a pingar. Foi bonito ver o valentão na sala de imprensa a queixar-se do menino mau que o pôs a chorar. E nunca como naquela altura fez sentido o ditado "pimenta no cu do preto é refresco". Tão especial como o boneco, é justo recordar uma cabeçada (na bola) quando o bicho jogava, por empréstimo do foculporto, no Marítimo. Um excelente golo na própria baliza que, olhando ao adversário (clube da fruta), deverá constar no álbum de proezas pessoais. Daquelas só para recordar em família.

Observando Baía recordo-me de dois anos ao serviço do Barcelona (no segundo actuou somente em três jogos) de onde fugiu com o rabo entre as pernas (no campeonato espanhol tinham essa mania de penalizar defesas com as mãos fora da grande área) para o conforto do lar. Naquela altura, no clube da fruta, no tempo dos quinhentinhos e do guarda Abel, do GPS da casa da Madalena, dos chocolatinhos e da fruta para adormecer, Pena chegou a melhor marcador, Vinha passou por futebolista e até o padre Nuno catalogaram como guarda-redes de classe! A história diz-nos que, nos balneários dos árbitros, o cheirete a putedo ainda era maior que o sulfato de peúga. Tivesse um pingo de vergonha e respeito pela memória de Américo, Carvalho, Costa Pereira, Damas, Manuel Bento, cobria a cara de merda.

Mais gajos que nasceram sem um pingo de vergonha na puta da cara...

Uma licenciatura em desporto e educação física e um mestrado em treino de alto rendimento  levou-o a entrar em contacto com o clube da fruta para fazer um estágio, creditando-se como parte do sucesso de Juju Lava-dentes (Jesualdo Ferreira), face rat Villas-Boas e Vítor Pereira da mosca, de quem foi destacado adjunto, experenciando no terreno o momento mágico que imortalizou o espaço kelvin. Com tão boas referências e destacados padrinhos só pode aspirar a uma carreira (que nem o "ó boi" do Jamor parará) a todos os títulos brilhante...

O rascord e o Bitor Puinto, um dos mais dedicados lacaios da cultura da fruta, também aproveitaram a quadra pascoal para ressuscitar o "ó boi" do Jamor. Contrariando as dezenas de testemunhas que assistiram ao vivo e os milhões de espectadores que o escutaram na SIC (imagens que não serviram de prova ao Meirim) Pedro Ribeiro ofereceu ao pasquim do Bernardo a chamada entrevista do engonha. Confessando-se um valente sem medo de meter os nomes nos bois, apenas traído pela falta de visão periférica e insuficiências cognitivas para relembrar factos que todos viram e ouviram; "a famosa frase "ó boi" nunca foi dita por mim", reconhece uma gritante incapacidade de lidar com os melhores ângulos ("de câmaras de vigilância honestamente não percebo nada") e manifesta-se "Defraudado por a agressão (qual agressão?) não ter sido apurada". Nada que um belo blowjob não cure; "é passado Vítor, ressentimentos não são comigo"...

Outra coisa que ficou clara é que a vida lhe estava a correr sobre rodas até que a SAD-Belenenses lhe meteu os patins na sequência do empate imposto ao foculporto. Pensar que podia enfrentar o boneco, sem amouchar e mamar, como os colegas que, como ele, projectaram a carreira ao colinho do clube da fruta, arruinou-lhe o percurso. Chamar boi ao boi fez o resto. Passados estes meses como comentador televisivo (reforma dourada dos culambistas do reino) o "ó boi" do Jamor não tem duvidas; "saio reforçado para o futuro". Eu diria que reforçadíssimo. Calado ou a mentir como um rato, mas sai. Tão logo um dos clubes da órbita do foculporto quiser trocar de esbirro o novo especialista da Eleven Sport estará na primeira linha dos blocos de partida de uma lista de culambistas sem fim.

Renato Sanches na "L'Équipe" ideal da liga francesa, ao lado de Neymar, Mbappé e Di María. Campeão europeu no euro 2016, o antigo futebolista do Benfica não mereceu uma chamada de atenção na capa de nenhum dos três órgãos de comunicação (MDCSDQT) da especialidade! Prestes a completar 456 anos de idade, nem mesmo a companhia de Mbappé (que o Neymar é visto como uma espécie de furúnculo incomodo para a a MDCSDQT) os impulsionou perpectuar o momento. Olha se fosse para reproduzir o 'foculporto em casa'...