Uns tristes.

Tatuados. «Criticam as compras, criticam as vendas, criticam o equipamento, a falta de transparência das contas, a democracia do Clube, o voto eletrónico, a Benfica TV, criticam...». Basta retirar esta frase do discurso de candidatura de Luís Filipe Vieira para caracterizar toda uma chusma de especialistas da especialidade, ressabiados de qualquer coisa que aconteceu no passado, verdadeiros verdadeiros benfiquistas e demais paineleiros encartados! Tal como nas eleições dos USA, onde os avalizados especialistas portugas se mostram tão competentes e imparciais como as análises do rasteiro rui santos e a sua lista de beneficiados dos destemperos arbitrais, descarregar a bílis nas redes sociais tornou-se um ritual que uma larga maioria não resiste. Quanto pior melhor e tudo o que vai para além do umbigo há muito deixou de lhes fazer frente. E salvo raríssimas excepções (é com cada desilusão que até dói) os empreendedores dos e-mails roubados têm cada vez mais seguidores e adeptos...

Enojados. Com este crescente arregimentar dos verdadeiros verdadeiros ao redor dos seus valores e crenças, grandes pensadores do futebol português - como francisco traques, rodolfo reis e o pirata rui pinto - vêm a sua tarefa cada vez mais simplificada. Aceder ao dragões diário, entrar no facebook do brunalgas, deglutir um arroto do baldaia ou uma twitada do anibal pinto passou a ser o mesmo que olhar de soslaio para uma parte do meu feed notícias. E nunca, como agora, o pasquim da fruta e o canalhadas da manhã estiveram tão próximos do verdadeiro sentir dos verdadeiros verdadeiros! Chega a ser comovente a forma de como a corrente de vontades converge!

Especializados. A bitola é a mesma de sempre. Não valem nada no Benfica, pelos mais variados motivos, onde o menos acintuoso que "escutam" é o de fazerem parte de um grupo de acéfalos condenados a assistir por dentro ao Apocalipse repetidamente anunciado. Mas no dia que saem do maior clube português valorizam tanto que qualquer negociata (são sempre negociatas) abaixo dos cem milhões de euros é considerada um flop. Para não falar das comichões que as comissões do empresário lhes provocam...

Veja-se o malandro do Mendes e os seus mendilhões - que para gáudio dos verdadeiros verdadeiros abandonara o Vieira para abraçar de novo o fétido colinho do bufas - subitamente na crista da onda por voltar a receber a sua parte num negócio do Benfica. Rúben Dias, defesa central que por si só tem talento de sobra para obrigar umas centenas de cretinos a fazerem fila na ala psiquiatra, passou de 'enterra' da defesa, caceteiro protegido pelos árbitros, muito pior jogador que o Ferro (São às toneladas a quantidade de especialistas da especialidade que lhe decretaram a subalternidade perante a classe imediatamente evidência pelo seu antigo colega de posto) a «68 M€ mais 3,6M por objetivos são peanuts» num ápice!

Olhemos para Vinícios, apesar de melhor marcador do campeonato, com menor numero de jogos e sem recurso a penaltis, considerado uma merda até ontem. Hoje, com as notícias do interesse do Totenham, chega a ser quase tão bom como o Taremi! Everton (Cebolinha) começou a ser diabolizado quando lhe viram um leão tatuado nas costas. Darwin era um aleijado que vinha da segunda divisão espanhola. Vertonghen já não me recordo embora me palpite que, para além da velhice crónica e da espondilose da ordem, também houve qualquer coisa de escabroso a desaconselhar o negócio. Mas quem conseguiu bater todos os recordes de cretinices é Otamendi. 

De cronicamente lesionado (parou duas vezes - coisa de dias - na carreira por lesão) a jogador pouco utilizado; titular crónico da selecção argentina e com mais de quarenta jogos por época em Inglaterra (vale a pena ler o que diz do seu carácter Pepe Guardiola; "jogou com um tornozelo partido, tinha levado 20 pontos") a jogador do foculporto que teve o desplante, vejam lá, de celebrar um campeonato ganho ao Benfica na Luz foi um ápice! E até um emblema do clube da fruta (trabalho rasca de photoshop) lhe "tatuaram" nas costas! Uns tristes. Há hoje mais verdadeiros a salivar por uma derrota do mestre e a consequente queda de Viera do que fruteiros convictos da ideia.