Foi um domingo bastante entretido. Mais uma jornada sem penaltis assinalados a favor do Benfica - o pasquim da fruta contou pelo menos dois, roubados ao foculporto - e duas goleadas (a de Vizela extremamente previsível) das antigas. Na Luz, Rafa e Darwin, Darwin e Rafa, fizeram gato sapato do Marítimo, num jogo em que a única duvida foi saber se, chegando aos dez, as velhas glórias e as virgens ofendidas sairiam outra vez da toca para chorar a falta de competividade da liga. Mudando aos três e acabando aos sete, apenas sobrou essa possibilidade de sapos e clube da fruta unirem esforços para, na próxima reunião de tupperwares da liga, tentarem também a repetição deste jogo. Não sendo, por absurdo, possível, e, por ser da mais elementar justiça, cada vez que o Benfica voltar a marcar sete ou mais golos, quatro deviam ser creditados a Taremi e os restantes depositados na conta corrente do Paulinho.
Zé do boné - "vamos ser uma equipa corajosa" (...) "antevejo um jogo com golos, interessante a nível estratégico". A foto do golo de Zaidu comprova-o. Enorme coragem para sufocar o clube da fruta logo à saída da área e a brilhante estratégia de matar o fora-de-jogo, arrumando a equipa toda encostada à esquerda no meio campo do adversário, deixando a Avenida dos Aliados (tudo o que eu previ (AQUI) no post anterior) desimpedida do lado contrário, para Zaidu correr o campo todo sem qualquer tipo de oposição. Fez-me lembrar um Leixões igualmente corajoso, atirado para a frente, cabendo a Hulk o papel de Zaidu. Só faltou o Beto na baliza - pouco tempo depois assinaria pelo clube da fruta com contrato vitalício na selecção do Rónalde - todo encostado a um poste, deixando - numa extraordinária lição de como não defender - três quartos da baliza deserta; escaqueirada para o remate vitorioso do mostrengo verde...
Quem também facturou, num belo desvio para a sua própria baliza, foi Samu, improvisado goleador de serviço. Impedido pelo árbitro (na jornada anterior) de forçar o cartão amarelo que o impediria de actuar frente ao clube da fruta, onde fez a sua (má) formação, Samu, demonstrando ser um fruteiro de fortes convicções, não quis deixar créditos por cabeças alheias! Ai querem-me obrigar a jogar contra o meu clube? Então embrulhem e paguem na caixa. Assim, à moda de um qualquer Jorge Costa!
Em Inglaterra continuam a dar que falar antigos futebolistas e treinadores do Benfica. Rubén Dias e João Cancelo marcaram na goleada do M. City ao Newcastle e o Wolverwampton, de Bruno Lage, Marçal, Nélson Semedo, Raul Jimenez e a barba do José Sá, emperrou a máquina do Chelsea, campeão europeu. No final do jogo, o antigo treinador do Benfica surgiu aos pés-de-microfones locais agastado com o árbitro como nunca o vimos (apesar dos constantes enxovalhos) na liga Palhinha. Dá que pensar! Bruno Lage já falou mais de arbitragem em meia dúzia de jogos em Inglaterra do que em todos os anos que passou no Benfica, equipas jovens incluídas.
Nas imagens mais abaixo constata-se como é tão fácil aos senhores da cidade do futebol manipular resultados a seu bel prazer. Um frame atrás ou à frente é o suficiente para legalizar (ou anular) um golo obtido em fora-de-jogo. Não é pelo golo sofrido pelo Benfica, que o Marítimo até fez por merecer, é pelo constatar em que mãos está depositada a verdade desportiva da liga. Quando se legaliza um offside (que é claro a olho nu) por 55cm imaginem-se os contorcionismos quando em causa estão somente dois ou três para ajustar!