Tão amigos que nós somos!

É bonito quando os jogos acabam com os treinadores, mesmo que lhes apeteça trocar umas murraças entre si, de acordo e sem um queixume da arbitragem! Fossem todos como o bicho e o boi do (Jamor) e seriamos poupados às imagens indecorosas de arruaceiros como o Sérgio Conceição a cuspir nos adversários ou a rosnar em cima da cara dos árbitros. E nem sequer seria necessário chamar a imprensa subjugada para demonstrar o bom coração do energúmeno numa qualquer acção de solidariedade forjada.

Para os poucos que ainda se recusam a comer e calar resultam mais duas expulsões (5 em três jogos seguidos) perdoadas ao clube da fruta e um penalti (de Uribe aos 17mts) ignorado pelo árbitro que nas alegações do bicho Costa - "pela forma como estamos a fazer as coisas. Jogamos olhos nos olhos seja contra quem for.” - se enquadra na ideia, plenamente conseguida, que passava por "colocar o Viseu no mapa". Nos relvados era um bicho que tanto marcava na própria baliza (ao serviço do Marítimo contra o seu foculporto) como arreava duas chapadas de mão aberta em João Vieira Pinto, com o antigo futebolista no Benfica prostrado no relvado vitima de um coice do Paulinho Santos. Como treinador, contra o seu foculporto, nunca tem uma palavra sobre o árbitro. Não sei se o posso enquadrar no perfil de bom coração do boneco Ceição mas, no mínimo, merece uma comparação honrosa com a cegueira de Domingos Paciência, outro fruteiro que nestas ocasiões estava sempre a olhar para o chão. Obrigado George Weah pela grande alegria que, em 1996, me deste. 

O boneco Ceição preferiu elogiar a sua própria coerência, que eu, de resto, aqui nunca me cansarei de sublinhar. O foculporto ganhou. Tudo joia com a arbitragem, excelente relvado, e nenhuma cuspidela nos adversários. Confere. Esta semana não será necessário plantar notícias nos jornais de mais uma família em dificuldades ajudada.

Futebol feminino. Depois dos 5-0 para a Taça de Portugal o treinador adjunto (Mariana Cabral foi expulsa) das sapinhas afirmou que as «Jogadoras do Sporting precisam disto para crescer». Depois dos 4-1 no Seixal e dos 2-4 em Al Cacete para a Taça da Liga (13-3 no espaço de duas semanas e meia) é impossível que as cachopas ainda entrem pelas portas! 

«Sempre foi um objetivo chegar à seleção [brasileira], mas também já completei cinco anos em Portugal, estou a tirar o passaporte, por isso deixo as portas abertas, quem sabe. Se tiver oportunidade aqui na Seleção de Portugal, seria uma honra enorme». Desde que encostou a cabeça ao nariz do João Pinheiro que fiquei fã de Matheus Reis. Com Marcano um pouco velho para ser naturalizado (nunca fiando, no entanto) se dependesse de mim convocava-o já amanhã. Se o Otávio cuspideira e o arruaceiro Pepe passam por grandes patriotas das quinas, não vejo razão alguma a impedir este exemplo de fair-play e cidadania de merecer igual oportunidade.

E abria-se a porta a Amadu Turé, jogador do Salgueiros que, segundo os especialistas da intensidade, agrediu o árbitro João Loureiro à cabeçada no jogo frente ao Marítimo B. Ao contrario da narigada do beato Matheus, que o João Pinheiro olimpicamente ignorou no relatório, Amadu Turé viu o  Conselho de Disciplina da Federação sancioná-lo com dois jogos de suspensão, um por agredir um adversário e outro por ameaças e ofensas à honra do árbitro. A alegada agressão logo se vê quando processo disciplinar aberto ao jogador terminar. Menção honrosa se, como o Matheus, se disponibilizar para a selecção, quem sabe se a exemplar irradiação se não for essa a opção. 

«Paulinho no clássico só de for à Palhinha» - lê-se na MDCSDQT. Existe apenas um porém. Quando foi «à Palhinha» o adversário no horizonte era o Benfica. Agora é o clube da fruta e o fechar de campeonato que está em causa. Chega ou é preciso fazer um desenho?