Chá de pirete faz bem p'a cacete!

Malta, quando o Arthur marcou de calcanhar - na minha infância chamava-se mandar à merda (os detratores) o guarda-redes - lembrei-me logo do Grimaldo que os verdadeiros verdadeiros (ai essa falta de memória...) queriam à força escorraçar do Benfica após um jogo em Paços de Ferreira. Quem sabe se daqui por um ano não os vejo agarrados às canelas de Rui Costa se o Presidente do Benfica deixar sair o calcanhar do brasileiro ao desbarato. O Benfica está na melhor fase da temporada? Roger Schmidt diz que sim. Três dúzias de catedráticos acham que não e outros tantos especialistas da especialidade entendem que o alemão enlouqueceu. A mim parece-me uma evidência, o ensandecer do treinador, entenda-se. Basta olhar para as últimas exibições do Benfica (palavra do comentador Rui Águas na BTV) para se perceber como Roger Schmidt anda à deriva e o plantel não o consegue compreender. É óbvio que os jogadores não estão com Roger Schmidt e que o alemão não tem mão no balneário. Mais duas certezas saem reforçadas de Salzburgo: a falência física de Di Maria e que o Rafa (dois golos nos últimos dois jogos) tem de sentar o cu no banco dos suplentes por não ter andamento para aquilo. 

Fora as toneladas de assistências, só na Taça dos Campeões/Champions League, o comendador Rafa tem um registo tão fraco que ontem o levou a ultrapassar Cardozo e é já o sexto melhor marcador do campeão português na maior competição de clubes do mundo. Uma bagatela para as necessidades do SLBenfica que precisa urgentemente de um avançado que, assim ao jeito do Gyokeres, marque pelo menos três golos por jornada. A última é que Roger Schmidt, definitivamente, não gosta dos jovens portugueses. Depois de apostar em António Silva, de ter recuperado Florentino, descobrir João Neves e de mandar regressar Tiago Gouveia que se encontrava no Estoril, o alemão, que não percebe nada disto, atreveu-se a dar a titularidade ao Tomás quando podia apostar no jovem Araújo que atempadamente mandou regressar do Gil Vicente, mais um oriundo da formação do Benfica. Ensandeceu de vez, é o que é...

Umas duas horas depois do jogo 'puxei a cassete atrás' e dei uma olhadela à TBI/CNNPalermo. Ambiente de funeral como seria de esperar e alguns sorrisos amarelos no ar. No rosto do focinho de porco e do Ruim Santos via-se o inferno que, por dentro estavam a passar. Maniche só faltou dizer que o Salzburgo tinha sido mais raquítico que o sapo ressabiado sentado a seu lado. O peqenote, com aquela cara de anuro que não consegue disfarçar, mexia-se na cadeirinha como uma minhoquinha furioso por o Benfica não ter atempadamente deportado o Arthur. 

Fiquei tempo suficiente para perceber que Roger Schmidt voltou a falhar todas as substituições (a de Tengstedt por Musa "com o Benfica a precisar de ganhar" ao intervalo deu cabo dos nerónios, neróniozinhos no caso, do raquítico homenzinho) e a do Arthur, que, afinal devia ter entrado umas duas horas mais cedo, também não lembrava ao Diabo. Vá lá que, num dos sortilégios em que o futebol é fértil, a redondinha marota - mais uma  assistência do lateral direito que o Benfica não tem - lhe bateu na canela e entrou na baliza do Salzburgo livrando o alemão, que não percebe nada disto, de mais um enxovalho mediático. Na Áustria a corja jornalista apareceu na sala de imprensa a falar inglês. E nenhum pé-de-microfone se atreveu a fazer perguntas em português. Schmidt que, além do inglês, respondeu em alemão a quem o questionou na sua língua materna, podia tê-los mandado lamber sabão. Não o fez e fez bem. Desprezo é o melhor.

E se quiser conquistar os favores da mídia pode sempre aprender castelhano. Najantas aconteceu isto. Pé-de-microfone para Alan Varela: vou fazer as perguntas em português, devagarinho para o Alan perceber, mas se não compreender repito em espanhol. A seguir foi bater duas pívias. Uma por conta do espanhol fácil e escorreito que levou várias semanas a preparar e outra a pensar no sotaque alemão. 

Com a inabilidade que sobra a Rúben Amorim e ao pai do Xico, Roger Schmidt disse que o Arthur Cabral foi o jogador perfeito para marcar o golo decisivo. Então não foi? A quantidade de cabeças que enfeitou, a quantidade de talibãs que fecundou, a quantidade de imbecis que trucidou, a quantidade de primeiras páginas que fodeu e a quantidade de verdadeiros verdadeiros que deixou com o esfíncter em carne viva levar-me-ia a perguntar; está de bom tamanho para todos ou ainda cabe uma boa dose picanha no recto?

Ao colo do melhor Bruno Fernandes em campo o Manchester United voltou a perder em casa (ficou no último lugar atrás de Galatasaray e Copenhaga) e está fora da Europa. Nem o melhor Bruno nem o melhor Dalot, nada. Arthur Cabral, Musa e Tengstedt, por lá continuam...