Por José Albuquerque
Numa breve introdução e agora que entramos nos mitos
que implicam a forma como vemos o Nosso futebol, cumpre-me, de novo, implorar
aos Leitores do GUACHOS que me não levem muito a sério, porque eu continuo a
perceber pouquíssimo disto, embora nunca vá deixar de tentar compreender o
fenómeno.
O mito dos “4
milhões”.
Se há defeito que eu não tenho, felizmente, é ser
invejoso: nunca fui, não sou e já não vou a tempo de vir a ser.
Se há qualidade humana que eu valorizo, é a
capacidade de trabalho e quando ela vem associada a outras como a fidelidade, a
honestidade, a coragem e, se possível, ao talento, creio que estão criadas as
condições para termos uma “superpessoa”, qualquer que seja o seu sexo ou
profissão.
Enquanto trabalhei por conta de outros, nunca perdi
nem um segundo a pensar nos salários dos Colegas e, depois de optar por uma
vida empresarial, sempre deixei claro aos meus Colaboradores que, com a excepção
da responsável pela Gestão das competências (assim se chama, agora, aos antigos
DRH), seria péssimo preocuparem-se com os rendimentos dos outros.
Desgraçadamente, o Benfica deste milénio sofre os
horrores da inveja em relação a, primeiro, um Homem – o Presidente, e, depois,
a dois, desde que se soube que o Nosso Técnico é dos mais bem pagos do mundo.
Ainda por cima, tratando-se de dois Homens de origens extremamente humildes e
que devem a si próprios tudo o que ganham.
Quem me conhece, ou acompanha o que escrevo, sabe
que eu não teria escolhido nem um, nem outro e isto apesar de ter reconhecido
os imensos méritos do Companheiro Vieira ainda na fase de preparação da
candidatura do Manuel Vilarinho. Por isso, ainda mais confortável me sinto para
lhes reconhecer todos os imensos méritos que patenteiam e colocam ao serviço do
Glorioso. Todos sabemos que “de insubstituíveis estão os cemitérios cheios”,
mas … faço votos para que não tenhamos de substituir nenhum dos dois pelo mais
longo prazo possível.
O Nosso Técnico tem defeitos? Comete erros? Podia
ser ainda melhor? Podia produzir o mesmo sem tantos incentivos financeiros?
Talvez sejam afirmativas todas as respostas a estas
perguntas, mas, ainda assim, nada disso justifica a miserável inveja dos seus
detractores e, acima de tudo, nada disso justificaria o risco de uma
substituição, com a consequente quebra da estabilidade técnica conseguida e a
negação de uma fórmula comprovadamente ganhadora.
Humildemente, reafirmando o pouco que percebo de
futebol, eu considero o JJ um dos melhores Técnicos da actualidade e só não vou
mais longe porque somos todos contemporâneos daquele que julgo que vai ficar na
História do Futebol como o melhor Técnico de todos os tempo – o Senhor Josep Guardiola.
Comparar o trabalho de cinco anos e meio do Nosso
Técnico com o de outros em Portugal, parece-me razão bastante para a perda
total de toda a credibilidade da parte de quem o pretende fazer: com as
(muitíssimas) competências que, inegavelmente, ele tem e a (certamente soberba)
colaboração de toda a sua Equipa, o Senhor Jorge Jesus tem conseguido formar
Equipas capazes de atingir graus de verdadeira excelência em todos os aspectos
(ou momentos, se preferirem) do jogo, conjuntos que potenciam os pontos mais
fortes dos seus componentes e quase fazem desaparecer algumas das suas
insuficiências. Em frases curtas e para que elas possam tornar-se em axiomas, o
Benfica de JJ:
- tem defendido, quer com poucos (em transição),
quer com muitos (em organização) e, mesmo, em situações de inferioridade
numérica, contra equipas fortíssimas muitas vezes, com uma perfeição que eu não
me recordo de ter visto antes;
- tem atacado, quer em transições, quer em
organização posicional, a um nível tal que só tem paralelo nas minhas (poucas)
melhores memórias das décadas de 60, 70 e 80 do século passado; enquanto pode
contar com um grande finalizador, atingiu níveis muito raros de concretização; e
- tem construído, contra os pareceres de todos os
“especialistas”, alguns dos melhores Atletas da atualidade, algumas das
melhores “duplas” de todos os tempos (Luisão e Garay, Saviola e Tacuara e,
sobretudo, Enzo e Matic), oferecendo ao futebol mundial alguns Atletas que,
mais ou menos promissores ‘ab initio’, atingiram inesperados níveis de eficácia
e eficiência.
A tudo isto acresce que as circunstâncias económicas
e financeiras envolventes ao seu trabalho, ainda que com algumas condições de
excelência, obrigaram a que o Técnico tivesse de reconstruir as suas Equipas a
cada nova época desportiva, uma vez que, entre outros motivos naturais, o
brilhantismo antes atingido atraiu os apetites dos clubes financeiramente mais
poderosos do mundo, resultando em saídas sucessivas e sempre, sempre, de
Atletas considerados “insubstituíveis”.
Depois e em cima de tudo isto, pretender discutir
(no sentido de regatear) o salário deste Profissional, só caracteriza e
eloquentemente, a pobreza de espírito de quem não tem nada importante para
fazer.
Eu tenho escrito repetidamente que considero
‘perfeito’ este casamento entre o Benfica e JJ e exorto o Presidente a
considerar como absolutamente prioritária a manutenção desta Equipa Técnica e o
seu provimento com as melhores condições possíveis para que ela possa maximizar
a sua capacidade produtiva, mesmo que tenha de “pisar o risco” das Nossas
capacidades financeiras.
Paralelamente, espero que a Nossa Equipa Técnica não
ambicione um certo ‘aburguesamento’ e mantenha, ou ainda aumente, a ambição que
a pode levar a conduzir o Clube ao pináculo do futebol mundial.
Difícil?
Não! Dificílimo e, por isso mesmo, um desafio ao
Nosso nível!
O mito da “alergia Chamada Champions”.
Este não é um mito: é pura má fé!
A Champions é uma prova na qual o apuramento na fase
de grupos depende de dois factores fundamentais: um sorteio feliz e um bom pico
de forma desde setembro!
A segunda condição é incompatível com o Nosso actual
modelo de valorização e venda dos melhores Atletas e a primeira (não me refiro
ao sorteio dos nomes dos adversários, outrossim das suas equipas de futebol),
bem sabemos que Nos tem sido completamente madrasta.
Ainda assim e mesmo com esta “alergia”, o que é
incontestável é que o Nosso Clube reconquistou um prestigio internacional que
tinha perdido há mais de duas décadas.
De qualquer modo e para que não fiquem dúvidas sobre
a minha posição pessoal, o objectivo anual de passagem aos quartos de final da
Champions tem de permanecer como um dos principais objectivos mínimos a serem
prosseguidos pela Nossa Equipa de Honra de futebol.
Para não abusar da vossa paciência, vou deixar o
mito “made in Benfica” para o próximo texto.
Bom Ano Novo Benfiquista!
Viva o Benfica!
"o objectivo anual de passagem aos quartos de final da Champions tem de permanecer como um dos principais objectivos mínimos a serem prosseguidos pela Nossa Equipa de Honra de futebol" - totalmente de acordo mas não qd se perdem tantos jogadores por empréstimo ou lesão, ou qd nos calham favas tipo Mónaco no pote 4...
ResponderEliminarEnorme FranciscoB, Companheiro,
EliminarE e' por isso que conto com a BTV e com a "Fabrica": para que nao saiam mais de 2 titulares em cada "janela" de transferencias.
Viva o Benfica!
(Jose' Albuquerque)
Se a suposta noticia da venda dos 3 putos for verdade, só "à pala" da Fabrica são 30M de mais valias nas contas. Era um bom balão de oxigénio.
EliminarXé
prestigio internacional ? depois de 5 anos eliminados da 2ª fase da liga dos campeões e a perder uma final europeia para o Sevilha ?...deves estar a brincar connosco
ResponderEliminarNo ano de 2014, eu visitei 14 paises diferentes, e 3 continents e, por isso, posso garantir-te que o Nosso Clube recuperou muito do prestigio internacional que tinha conquistado na decada de 60.
EliminarViva o Benfica!
(Jose' Albuquerque)
Sabes muito bem como o Benfica perdeu essa final, Anónimo das 23:19. Se já te esqueceste, só posso concluir que estás de má fé. Se calhar o teu herói é o Beto.
ResponderEliminarHá gente que se limita a usar a cassete que até se esquece de certas participações vergonhosas nas provas europeias, quando lá íamos...
Beto aliado a uma das mais vergonhosas arbitragens que vi na minha vida.
EliminarMiguel
Caro Guachos mais uma ve+ concordo com tudo que di+es, e acho que o JJ tem de ficar mais uns anos, até ter motivação para treinar o GLORIOSO e também digo que se não fosse a FRUTA mais títulos tinha-mos com JJ! JJ fe+ renascer a mística do BENFICA ( estar-mos em 5 no ranking EUROPEU assim o comprova) é um homem simples que é apaixonado pelo futebol e fe+ com que os BENFIQUISTAS em certos momentos se apaixonassem também e mais que isso: fe+ nos voltar a sonhar. Com JJ uma coisa é garantido: paixão e emoção e é isso que os adeptos do GLORIOSO gostam.
ResponderEliminarDesde que está no BENFICA JJ já nos deu milhares de emoções, desde quase trágicas, a quase ao céu...
Tem reconstruido equipas todas as épocas e tem apresentado trabalho!
Espero que o nosso presidente LFV ( talve+ um dos melhores da história do BENFICA) com JJ( o melhor treinador do BENFICA dos últimos 25 anos) continuem a trabalhar juntos em prol do GLORIOSO.
ps. falam da formação mas o BENFICA tem de ter jogadores de classe mundial para os miúdos se integrarem e os adeptos do BENFICA também assim o exigem: jogadores de classe mundial, ou não fossemos nós um dos 10 clubes mais míticos no mundo.
E PLURIBUS UNUM ( DE TODOS UM)