Sport tv censura comentador do Benfica!

Do livro «A LIGA DA FARSA E (TODAS AS) OUTRAS HISTÓRIAS DO FUTEBOL PORTUGUÊS» (AQUI): «O clube da fruta recebia 20,7 M€ da Sport TV, os sapos 13,5M e o SLB apenas 8,5M€ quando o presidente Vieira, finalmente, cortou a mamadeira ao Oliveira. Só para os mais novos (e os esquecidos) terem uma ideia, o complexo de pequenez do clube da fruta (que grande que eu sou com as calças do meu pai!) conseguiu fazer valer uma cláusula especial com o Tó e o Quim que lhe permitia receber sempre mais em função da renovação da Olivedesportos, nos contratos com o Benfica...

Olivedesportos, Sport TV, Controlinveste (o nojo, JN, DN,TSF), direitos desportivos entregues por tuta e meia a troco de uns chupa-chups. Nos contratos com os clubes (que subserviência, a desta gente, meu Deus!) era-lhes imposta uma cláusula sobre normas televisivas, como o Pay-per-view, que nem sequer existiam! Durante anos a fio, a Olivedesportos, que não dispunha de meios de transmissão próprios, usava os da televisão pública a quem adquiriu os direitos televisivos, revendendo-os à mesma RTP por preços muito acima da média! Um negócio da china que obrigava os adeptos, que quisessem assistir a um jogo do Benfica, a comprar um equipamento mais a antena parabólica que custava cerca de 80 contos (400€), além de uma assinatura mensal do canal dos Oliveiras! Foi esse monopólio que Vale e Azevedo ousou afrontar e por isso, e apenas por isso, é que acabou por malhar com os ossos na cadeia. Se fosse por roubar o Benfica, ainda hoje lá estava!

A nova ordem já não se resumia aos bares de alterne em nome de Joaquim Pinheiro e às arcas do Reinaldo Teles. As associações passaram o poder à Liga do Guilherme Aguiar (tanto que havia também aqui para contar) a comunicação social desnudava-se definitivamente, cangada pelo poder do foculporto e da Olivedesportos, os sapos descobriram que, aliados ao clube da fruta, tinham facilmente o segundo lugar assegurado, ganhando como bónus uma tacinha aqui e outra ali...e o Benfica, irremediavelmente, definhava, caminhando como um morto-vivo, saco de box da MDCSDQT e dos poderes instalados. O futebol passara a ser um negócio de milhões e a imprensa, e o país em geral, habituaram-se a comprar e a vender as sucessivas crises do Benfica, vitoriando os sucessos do foculporto como algo de absolutamente natural. Esqueçam lá essa palhaçada da falta de competividade da liga. «Atípica», foi assim que se passou a olhar para uma derrota do clube da fruta ou uma época um pouco menos conseguida.

A distribuição de títulos aos olhos do povo parecia devidamente orden(h)ada (ora ganhas tu ora ganhas tu) e ninguém tugia nem mugia. Os poderes judiciais e políticos olhavam com bons olhos para o Calor que soprava forte da Noite portuense e até o Reinaldo das arcas da Taverna do Infante recebeu do município e das mãos de Fernando Gomes (actual administrador da fruta SAD) a medalha de mérito desportivo ao lado da Rosa Mota! Os jornais e as televisões tinham sempre a crise do Benfica para debater, o foculporto comprava e vendia como lhe apetecia e os batráquios do alvalixo satisfaziam-se com o seu ossito, bem ou malpassado, sempre que o foculporto o desprezava. A primeira dama alternava entre o Calor da Noite e a Taverna do Infante e a fina ironia era marca registada do trágico-cómico nacionalismo bacoco!

A sofrida massa adepta do Benfica, iludida, comprava, como continua a comprar, tudo o que lhe metiam no prato. Nas pré-épocas chegavam sempre, como continuam a chegar, enormes quantidades de craques, pagos a preço do ouro que o Benfica não tinha, mas que a Olivedesportos – sempre solicita – adiantava, em troca de não sei quantos mais anos de direitos desportivos adquiridos. Craques que nos primeiros 5/6 jogos da época, por força de calendários sistematicamente adversos e de arbitragens escolhidas a dedo, já estavam mais desvalorizados que os ex-treinadores do foculporto quando imigram para longe do seu manto protetor! Vendia-se (continua a vender-se) comó car@lho! Cada derrota do Benfica era esmiuçada ao pormenor (não mudou um milímetro até hoje) e as mesas redondas compostas por algumas bestas quadradas, reunidas para debater as sucessivas crises do Benfica, eram, e são, uma constante assim que o inexorável primeiro empate acontece»...

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