O (Pedro) Pinho da mala e o fugitivo de Vigo!

Primeiro soubemos, sem capas de jornais, que o empresário Pedro Pinho foi condenado a dois anos de prisão, com pena suspensa, pela agressão a um jornalista da TVI, no estádio do Moreirense. Dias depois ficamos a saber, sem capas de jornais nem aberturas de telejornais, que o Ministério Publico realizou novas buscas no âmbito da Operação Prolongamento em que Pinto da fruta foi o alvo principal. Em causa, segundo as envergonhadas notícias, estarão negócios imobiliários entre o presidente do foculporto e um sócio do grupo DESFO, detentor da cadeia de lojas Hôma. Ora como a MDCSDQT entende que os assuntos da justiça referentes ao clube da fruta, ao contrario das tosse do piriquito de Luis Filipe Vieira, não têm qualquer interesse jornalístico, fica este texto que dediquei ao Pinho da mala e ao seu compadre da fruta no livro A LIGA DA FARSA E (TODAS AS) OUTRAS HISTÓRIAS DO FUTEBOL PORTUGUÊS»...

«...Depois da tourada (mais uma) no relvado, no final do Moreirense 1-1 foculporto, com a trupe do clube da fruta a destratar Hugo Miguel por este só aos 86 minutos assinalar o penálti desbloqueador de resultados, os ânimos voltaram a exaltar-se fora do Parque Desportivo Comendador Joaquim de Almeida Freitas, onde um repórter de imagem da TVI foi agredido por Pedro Pinho nas imediações do autocarro do foculporto. Tudo aconteceu perto do parque de estacionamento do recinto, quando o repórter filmava Pinto da fruta, que o abordou com cara de poucos amiguinhos. Pedro Pinho que acompanhava o Turista de Vigo, agrediu o profissional da TVI, que acabou por deixar cair a câmara. Toda a gente viu a investida na televisão e o ar de Pinto da fruta prenhe de satisfação. As imagens mostraram a GNR a identificar o agressor caçando-o a entregar algo a um segurança que acompanhava a comitiva do foculporto. Os maldizentes são o que já se sabe: uns disseram que era droga, alguns que era uma soqueira para arrear nos descrentes e outros, ainda, dizem que viram uma naifa nas manitas do Pinho! Valha-me Deus! Até houve quem jurasse que o “embrulho” só podia ser a mala que por força do empate registado não chegara a ser utilizada!

Especulações parvas que as imagens televisivas não conseguiram aclarar, até que o próprio Pinho entendeu esclarecer o quiproquó: «O presidente do Moreirense entregou-me umas caixas de framboesas para eu dar ao presidente Pinto da Costa. Guardei-as na mala do meu carro. Quando passei pelo Sandro dei-lhe as chaves para ele ir ao meu carro buscar as caixas para as entregar a Pinto da Costa». Tanta coisa por causa de umas chaves e de umas caixas de framboesas! Há gente que só procura confusões. Razão tem a justiça da bola que já ilibou Pinho de toda esta cegada. A Comissão de Instrutores da Liga propôs, por duas vezes, o arquivamento do processo e o TAD anulou uma suspensão de 120 dias e uma multa pesadíssima de 3.600 euros. A federação recorreu, mas o Tribunal Central Administrativo (TCA) confirmou a anulação do castigo. E ninguém espera outra coisa da justiça cível que não inocentar o prestável intermediário de polidrupas. MY NAME IS Pinho... Pedro Pinho. Licença para desFRUTAr.

Toda a gente gosta de ter um amigo que lhe tire as castanhas do lume. Quem é que não se recorda de um antigo primeiro-ministro que tinha um rico amigo que lhe financiava as saladas de fruta e os caprichos? Pinto da fruta, diz o Sol, também tem o seu Carlos Santos Silva de algibeira. Segundo o semanário (que na MDCSDQT ninguém fica esclarecido, tal é o horror em beliscar o papa pitas), o presidente do foculporto «será o principal beneficiário de uma conta no Banco Carregosa para onde terão sido desviados parte dos 40 milhões de euros pertencentes a receitas da SAD do FC do Porto. 

Esta é a suspeita que está no centro da investigação da equipa liderada pelo procurador Rosário Teixeira e Paulo Silva, chefe de Divisão da Autoridade Tributária (...) A conta está em nome de uma figura hoje muito próxima de Pinto da Costa, o empresário nortenho José Pedro Pinho, que em abril agrediu um repórter de imagem da TVI e que tem agenciado a venda de jogadores do FC Porto, surgindo neste contexto como um testa-de-ferro do presidente do clube. Com efeito, o dinheiro retirado dessa conta tem servido basicamente para suprir necessidades de Pinto da Costa, desde a oferta de carros a mulheres das suas relações até ao pagamento a uma bruxa de Matosinhos por vários tipos de feitiçarias e previsões, inclusive quanto a futuros resultados da equipa de futebol do FC Porto». Rói-te de inveja, Nhaga (outra das trafulhices arruaceiras do Francisco J. Marques). E que encanto tem Matosinhos, com a sua Marisqueira, onde tantos adoradores de fruta, desde Pinto da fruta a Pinto de Sousa e do António Garrido a Bjorn Kuipers, se saciaram até fartar! 

Filho de José Maria Pinho, antigo presidente do Rio Ave, Pedro Pinho começou como agente de jogadores e foi sócio de Alexandre Pinto da Costa na Energy Soccer. Separaram-se (oficialmente) no final de 2016, com Pinho a ficar com a percentagem do compadre Alex. Não é nada fácil, para quem não tem meios, seguir a rápida pedalada destes verdadeiros “Alarcóns”. E nem as suas zangas (a mais famosa é a que levou o Naundinho das deusas do foculporto à presidência da liga de onde se saltou para a FPF) ou separações amigáveis, são simples de acompanhar e analisar. Antero Henrique tinha deixado Contumil «por motivos pessoais», segundo o comunicado emitido pela fruta SAD, mas nos mentideiros tem-se como certo que a dor do Antero tinha tudo a ver com a crescente importância de Alexandre Pinto da Costa, o pilim que deixava de ganhar e a ligação de Pedro Pinho a Nélio Lucas da Doyen Sports, a quem o Brunalgas tentou (com relativo sucesso) passar a perna. 

No espalhar dos ovos é que está o ganho! Alex, que também andou de candeias às avessas com o pai, tem subido na vida que dá gosto ver. Antero é o caso de sucesso que se sabe. Passados meses de sair do foculporto (substituído no cargo por Luís Grrrrrrronçalves) não houve motivos pessoais que o impedissem de chegar a diretor desportivo do PSG onde (já lá está, no seu lugar, outro reconhecido lambareiro) entre outros negócios da China, esteve no epicentro dos “quadrilhões” da contratação de Neymar. E antes de chegar a diretor desportivo da Liga de futebol do Qatar, a sua empresa DHZ Consulting, passou uma fatura de 500 mil euros mais IVA, pela «prestação de serviços de consultoria e assessoria, tendo em vista a transferência do treinador de futebol Ruben Amorim, do Sporting Clube de Braga para o Sporting Clube de Portugal». Uma sorte ter assim tão bons amigos, dirá Rúben Amorim, que desde que o cunhado Antero se interessou pela sua carreira até o Sporting do Lumiar ultrapassou pela direita o foculporto, após 19 anos e muita choradeira depois!

A solo, Pedro Pinho, desde 2017, em nome próprio ou através das suas empresas – PP Sports e N1 – Gestão de Carreiras Desportivas, negociou com o clube da fruta 17 jogadores. Foi intermediário da cedência por empréstimo de Juan Quintero aos argentinos do River Plate, por quem acabaria por assinar a título definitivo antes de sair para a China (Shenzhen); foi intermediário da venda de Ricardo Pereira ao Leicester por 20 milhões de euros; foi intermediário da venda de Suk ao Troyes por dois milhões de euros após um ano de empréstimo ao clube francês, tendo sido vendido nesse mesmo ano ao Reims antes de voltar dois anos depois ao Troyes; esteve na contratação do lateral brasileiro João Pedro ao Palmeiras por quatro milhões de euros; foi intermediário da cedência por empréstimo de Saidy Janko ao suíço do Young Boys (valor não revelado), vendido um ano depois aos espanhóis do Valladolid; esteve na saída por empréstimo com opção de compra (só esta merece uma estátua) de Yordan Osorio para os russos do Zenit de São Petersburgo; esteve na venda do avançado 

Tiquinho (vai tomar no seu cu) Soares para os chineses do Tianjin Teda por 5,4 milhões de euros; foi intermediário na chegada por empréstimo dos jovens defesas colombianos Yoni Mosquera e Gérman Meneses para equipa B e Sub-19 do foculporto, vindos do Leones FC. E a sua transação mais “quida” de todas, imagino eu, foi a de Galeno (que também embarcou no vai e vem entre Contumil e Portimão) vendido pelo clube da fruta (que ficou com 50% sobre mais valias em caso de venda) ao S. Braga por 3,5M€, negócio intermediado pela N1 – Gestão de Carreiras Desportivas, Lda «que gerou uma mais-valia de 1.282.470 Euros». Duas épocas depois, Galeno regressou ao foculporto após o clube da fruta acionar a cláusula de recompra que detinha sobre o jogador, fixada em 9 milhões de euros – «encargos em serviços de intermediação no valor correspondente a 7,7% do valor da transferência». Ai e tal o Darwin, o empresário, o Almeria e as mais valias... 

Citando um conhecido Turista de Vigo: «É um empresário de futebol que trabalha com muitos clubes, não só com o FC Porto. Disseram que tinha faturado 16 milhões em cinco anos. É mentira! Posso dizer que em cinco anos o senhor Pedro Pinho recebeu 3,3 milhões de euros e meteu nos cofres do FC Porto 7,5 milhões de euros pelo empréstimo do Casemiro ao Real Madrid. O Real Madrid emprestou-nos o Casemiro e para o devolvermos pagou 7,5 milhões. Mas isso são negócios». Negócios de muitos milhões - segundo o MP, que também suspeita de negócios imobiliários entre Pinho e Pinto da fruta, a que talvez não sejam alheias transações de alguns trocados – como os gerados pela mulher de Pinho (e a empresa Pesarp) que, segundo a revista Sábado, facturou 1,375 milhões de euros na venda de uma casa de luxo, em fevereiro de 2020. 

Multifacetado (não, não me esqueci do Yordan Osorio) Pedro Pinho, não descura o ramo imobiliário onde, com Sérgio Oliveira – jogador do foculporto empresariado por Amadeu Paixão, com passado ligado à Doyen – criou uma das suas agências, a Prosperavenida, Lda, dissolvida pouco depois, «sem que algum negócio tenha sido realizado». No jornal i pode ler-se que o «dinheiro desviado da SAD do Porto e que alimentava o “saco azul” criado por Pinto da Costa e pelo seu testa-de-ferro Pedro Pinho serviu para vários negócios imobiliários na zona do Grande Porto» e que o «Ministério Público reuniu indícios de que um dos negócios planeados - os de Jorge Mendes e Deco também contribuíram para o “saco azul” - era a compra de apartamentos de luxo no empreendimento construído nos célebres terrenos da escarpa da Arrábida que estão no centro do caso Selminho, imobiliária do clã de Rui Moreira, que o presidente da Câmara do Porto foi acusado de favorecer». Cum Catano! A voracidade desta gente quase nem dá tempo a respirar! Os farejadores da PJ, quase tão rápidos como William Carvalho, quando chegam aos locais de busca já nem o cheiro do rasto lhes encontram. E o Dr. Milagres precisava de duas vidas para meter o supersónico Pepê e o arruaceiro Pepe a correrem tanto, como estes bacanos que se desunham a fazer circular o pilim em tão curto hiato de tempo!

Rascord, novembro de 2021 – «As buscas ao FC Porto, ocorridas na última segunda-feira, não foram uma novidade para os alvos. Fernando Madureira, conhecido por ‘Macaco’ e chefe dos Super Dragões, avisou mesmo as claques, no jogo do último fim-de-semana, para a operação iminente que seria levada a cabo pela equipa do procurador Rosário Teixeira». Não há claque mais prestimosa! Tanto aparece no centro de estágio dos árbitros para lhes proporcionar um afago e conforto, no talho do Mota e na taberna do pai de Jorge Ferreira para os descansar e dar conselhos, como assegura a segurança do fugitivo de Vigo e da casa de Pedro Pinho, arreando nos jornalistas mais curiosos, forçados a dar sebo às botas sem demora por a polícia «não ter meios de assegurar a sua segurança». 

Mais rápido que a própria sombra, e sem confiar muito no trânsito para Vigo, Pedro Pinho viajou para fora de Portugal no fim-de-semana das buscas. Segundo o Rascord, foi visto em parte incerta, algures entre a Transilvânia e a Valáquia, na Roménia. A revista Sábado descreveu assim os bastidores das operações Prolongamento e Fora de Jogo: «Buscas sobrepostas, mandados sem menção ao processo ou não entregues ao juiz, operações feitas com visados fora do País ou com familiares com Covid e muita, muita acrimónia (esta obrigou-me a consultar o dicionário) entre investigadores. Foi assim que tudo aconteceu». Será que aconteceu mesmo, ou tudo não passou de um filme de vampiros que, como como o Apito Dourado e o Cashball, só existiram na cabeça do povo!

Com opção de compra obrigatória de um milhão de dióspiros nos jornais – 1,96M€ no relatório & contas da fruta SAD de 2019 – quase ao mesmo tempo que Ewerton e Paulinho (ver na letra «P»), chegava ao mercado da fruta uma nova perola: «Osorio confirmado no FC Porto por empréstimo do Tondela», no mercado de inverno! Quando eu pensava que, na sequência da fantástica exibição contra o foculporto, seria Sulley a seguir para Contumil, acabamos surpreendidos com esse negócio do Tondela da China! 72 minutos de utilização depois e de um empréstimo ao V. Guimarães, o pasquim da fruta, em Outubro de 2019, deu a conhecer que o bom do «Osorio foi emprestado pelo FC Porto por uma época ao Zenit, num negócio pelo qual o campeão russo, além de ter pago um milhão de euros, tem opção de compra que passa a obrigatória, no valor de sete milhões, se o defesa fizer cinco jogos pelo clube». 

Rascord, março de 2020: «FC Porto comprou totalidade do passe de Osorio antes de o emprestar ao Zenit. Dragões tinham 50% do passe do central e compraram a metade que restava ao Tondela por 1,5 milhões de euros». O nojo, agosto 2020: «Zenit não faz as mesmas contas do FC Porto». Do mesmo pasquim, setembro 2020: «Osorio voltou esta terça-feira a treinar com o plantel do FC Porto. O central venezuelano regressou a Portugal depois do empréstimo do Zenit». Ainda mediado por Pedro Pinho, foi confirmado pela MDCSDQT, que o foculporto despachou o prestimoso jogador venuzuelano para o Parma por 4M€ (não confirmados pela equipa italiana) em outubro de 2010. Novembro 2021: «Investigação do Fisco ao Tondela relacionada com transferência de Osório para o FC Porto». Até cansa, só de ler! E por isso, e só por isso, é que não mergulho mais na imundice. Para outros quinhentinhos ficam os «2,5 milhões de euros que Pedro Pinho pagou ao filho de Pinto da Costa» e os negócios com a Altice». 

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