domingo, 11 de setembro de 2022

Vamos a “contas” (2021/22)?

A pedido de muitas famílias aqui está...o regresso do Mestre!

Por José Albuquerque

Dois anos (e meio) após a Humanidade ter sido confrontada com o COVID19 e (mais de) um ano após o Ministério Público ter decidido interferir, de forma dramática e ainda não justificada, nos resultados da Nossa penúltima AG Eleitoral, diz-me o meu Amigo Guachos que há Leitores a reclamar pela habitual análise às Nossas Contas, mesmo que a Administração da Nossa SAD tenha feito o que se deve fazer: uma apresentação pública do R&C.

Novos são estes tempos e bem melhores!

Um R&C apresentado num prazo razoável (pode melhorar, para meio de agosto) e com evidentes sinais dos novos tempos!

Muito, muito bom e a merecer uma leitura tão detalhada quanto o permitirem as nossas competências.

Por isso, esta também será uma análise de novos tempos: ela pressupõe que leram o posto anterior, ou, melhor ainda, que assistiram à sessão de apresentação do R&C e que, como eu, tomaram nota de eventuais dúvidas: gostaria que as esclarecêssemos neste espaço.

Um passado recente … tenebroso.

Eu não me surpreendi ao verificar que o Nosso Clube foi, de longe, o mais afectado pela pandemia: qualquer hipótese de onda vermelha foi …

Ensina o povo que “quanto maior é a nau …”, especialmente quando fomos dirigidos sob influência daquela AG Eleitoral e das (péssimas) escolhas da época.

Não escrevo nem para chorar o leite derramado, nem para fazer exorcismos, mas não podemos analisar as Nossas Contas sem as enquadrar no passado recente que as influenciou.

Poupando nas palavras, o exercício de 2022/21 foi um … desastre!

Pior que isso, foi um desastre com milhentas culpas próprias, com as quais não temos desculpa se não aprendermos.

Um exercício económico (21/22) de transição. 

Este exercício cujos resultados nos foram apresentados é, tem de ser e deverá ter sido de transição, para um futuro em que poderemos capitalizar no que de melhor herdamos deste milénio: um parque e uma cultura desportiva importantes, uma forte estrutura profissional e uma sólida base económica e financeira.

Só isso permite apresentar um prejuízo de 35M€ (“conscientemente assumido”), como se fosse algo aceitável, quando o não é, excepto se o mesmo fizer parte da inevitável transição.

Que fique claríssimo que, na minha humilde opinião, não haverá celebrações desportivas que justifiquem uma Gestão que nos encaminhe para a alçada do Fair Play Financeiro, ou, ainda menos, para favorecimentos bancários que o Clube tem de desmascarar como torpes subversões da Verdade Desportiva.

Uma curta referência ao facto de o CA da Nossa SAD ter, pela primeira vez, uma representação de um Sócio não--alinhado com os Corpos Sociais: até ao momento, impecável!

Um exercício que começou ….

Que me recorde, com um único facto positivo: a qualificação para a Champions League!

A maioria dos Companheiros aplaudiu, também, a aquisição do Yarem, mas eu nem isso – como já não é Nosso Atleta, posso escrever que … nem o Leo seria Messi se não soubesse receber e passar uma bola, fónix!

É verdade que ainda veio o Veríssimo … com a falta de sorte habitual.

Uma desgraçada herança salarial de quase 100M€ e uma Equipa (Atletas + Técnico) “condenados” ao desastre.

Um exercício que terminou ….

Depois de um percurso notável na UEFA (benditos 65M€), até para os “miúdos”, 4 Atletas a saírem: Darwin, Jota e Everton (além do Pedrinho).

Que grande prenda me deu o clube das regatas, ahahah.

Chegaram o novo Técnico, o Neres, o Bah e o Musa (o Enzo, o Victor e o Aursnes ainda não contam para os números).

Transição!

Os números de 21/22.

Com receitas surpreendentes da UEFA, a Administração permitiu-se fazer menos de 42M€ em ROPA (Resultados com Operações sobre Passes de Atletas). Talvez bem, excepto se houve, de facto, uma oferta fabulosa pelo GR.

É verdade que o “mercado” é o que é, nem sempre o que preferíamos que fosse.

Soberba recuperação de todos os Proveitos (o exercício começou com as bancadas quase vazias), mas … um risco tremendo, só possível quando se tem um fundamento muito sólido (vidé o recente EO), que não é para desperdiçar, insisto!

Proveitos Totais de 249M€, 169 sem ROPA, mas 242M€ de Custos Operacionais (113 em “Pessoal”), um acréscimo de 46% (para 147M€) da Dívida Líquida e … 35M€ no lado errado da história!

Todos os Companheiros concordam com o Presidente quando prefere os resultados desportivos, mas eu continuo alérgico a prejuízos.

Depois de tanta “cagada” antes feita, o prejuízo justifica-se?

Não sei. Talvez, se se chamar transição!

O Nosso Ativo continua a crescer (uma taxa média anual de 4,8% em 10 exercícios), o Passivo controlado com uma perna às costas (1,5% de crescimento médio anual) e factos que comprovam (redução no número de Atletas) o ajuste aos Custos com Pessoal.

Neste último ponto, confesso que tenho dúvidas …

O Presidente falou em 15M€ e falou em 20%, referindo que esses montantes teriam de descer por causa das renovações com “miúdos”, mas os números não batem certo!

Claro que ele não podia estar a pensar nos Custos Totais com Pessoal (113M€), porque quem Nos dera que a componente variável ainda aumentasse mais (13M€ em 2022), o que vale por dizer que ele espera cerca de 75M€ de Custos fixos com a Equipa, neste exercício em que estamos.

E isso sim, será a materialização da transição!

Outros assuntos importantes.

Eu já estou farto dos ignaros que não percebem como é que uma Empresa que tem prejuízo pode pagar prémios de desempenho a alguns Colaboradores (a Nossa SAD, a TAP, etc.)

A Nossa Equipa teve um resultado mau nas competições internas, mas teve um desempenho na UEFA que Nos salvou de um verdadeiro desastre: é natural que tenha, por isso, o prémio contratado.

O DSO só pode ter atingido os KPI’s (Key Performance Indicators) necessários para receber, nos termos contratados, 60+38 (do exercício anterior) mil euros.

Gerir a Nossa SAD (não é FM) tem duas vertentes distintas: uma é comum a todas as outras Empresas, a outra … depende dos resultados desportivos e esses são quase uma alquimia, mesmo que esta não fosse uma LIGADAFARSA!

Adaptação de novos (e antigos) Atletas, nova Equipa Técnica, sorteios, factores estritamente exógenos, etc.

Acertar no euro milhões depois do sorteio …

Que gozo me tem dado ver jogar a Equipa (o Enzo, o Tó, o Tino e todos): onze vitórias em onze jogos oficiais!

Viva o Benfica!

6 comentários:

  1. Caro Albuquerque,
    Ainda permanecem riscos nomeadamente com o registo das operações que conduziram à saída de atletas como Taarabt, Meite, Weigl ou outros que são tantos...
    Uns porque podem regressar outros porque falta saber quanto lhes pagamos para irem embora...
    No final parece que melhoramos mas não fomos capazes de reduzir o plantel para números menores...
    Resta a felicidade (resultado de uma política inteligente) de ainda irmos recebendo uma valores de transferência de atletas que foram formados por nós pelo menos em parte.
    Grato pela intervenção,
    JP

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  2. Obrigado caro José!
    Sempre bom ler estes textos, cheios de benfiquismo e genuínos.
    Obrigado caro Guachos!

    Damadoc

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  3. Infelizmente os muitos pedidos do regresso do Enorme José Albuquerque não corresponderam aos comentários nem ao debate que ele sempre gosta de fazer. Resta-me agradecer o seu esforço e a amabilidade de aceder ao meu pedido. Esta casa é tua, José. Está à tua disposição sempre que desejares. Viva o Benfica, porra!

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    1. Deixa-os andar... ;) Isto a uma Segunda, nem a baba de camelo resolve.

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    2. não sei se é justo julgar pelo numero de comentários, porque as contas são tema mais técnico e difícil de haver muitos a comentar logo não consegue refletir o quao o tema e interessante ou importante. se possivel gostava de perguntar a que ponto ele acha que seria possivel o benfica ter controlo sobre o negocio das próprias camisolas, se seria algo financeiramente viavel e com maior potencial lucrativo

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  4. José Albuquerque, para mim, os prémios de gestão são fait divers, para entreter a malta. Mas são naturais, porque 99% de nós vê o Benfica como o seu clube, não como uma empresa.

    No meu caso, vejo como clube, o qual, hoje em dia, se não for gerido como uma empresa (bem gerido, leia-se), não pode ser um clube decente, honrado e, muito menos, lutar por títulos. A não ser que seja em Portugal e basear a gestão em actos corruptos e/ou obter favores da banca. O primeiro é batota, o segundo é deslealdade. As nossas organizações de supervisão fecham os olhos a ambos, é o que temos.

    E, como é o que temos, ainda mais o nosso clube tem de ser também uma GRANDE empresa. Nesse contexto, preocupam-me os custos com pessoal, um fardo enorme, um peso muito alto sobre o total da facturação, seja com ou sem proveitos de atletas. Qual a tua visão sobre isto? O que terá levado a este valor (astronómico)? Falas de transição, mas será isso ou um puro e duro apertar de cinto? Como prevês o futuro a curto prazo?

    Um ponto que não focaste agora, mas sim no passado: a internacionalização da marca Benfica. Pós covid, em tempos de guerra na Europa e às portas da maior crise até à próxima que vier, que leitura fazes sobre este tema, em relação ao Benfica vs os seus dois principais adversários?

    Abraço
    Zé Pincel

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Se pertenceres aos adoradores do putedo e da corrupção não percas tempo...faz-te à vida malandro. Sapos e verdadeiros trauliteiros, o curral é na porta seguinte.