Alma até Almeida!

Hoje acordei esperançado num comunicado - há certamente qualquer coisa nos estatutos que não permita a língua francesa como forma de apoio - do movimento «servir-se do Benfica», questionando Rui Costa e a direcção do Benfica a propósito dos cânticos -  "Je ne sais pas" - dos adeptos em relação ao Chiquinho! Debalde. É gente que só aparece em caso de derrota ou sempre que aumentam as chances de ajudar a armar confusão. João Mário, Chiquinho & companhia trataram de os manter na penumbra. Depois de três jogos consecutivos fora de portas foi um regalo para os olhos voltar à Luz e, in loco, matar as saudades do melhor futebol que se pratica na Europa. 72% de posse de bola e uma exibição esmagadora foi a resposta que os nossos jogadores deram a todos os profetas da desgraça que apenas vivem em função da...desgraça. Nas bancadas, 58.763 espectadores (numeros não martelados) viram uma equipa, na verdadeira acepção da palavra, gritar bem alto pra quem os quis ouvir: podem contar com o nosso empenho. Podem contar a nossa garra. Honrar o Benfica não é bater com a mão no peito ou beijar o símbolo para inglês ver. Honrar o Benfica é tão só respeitar o Benfica. 

A tarde começou com a justa homenagem a André Almeida que, 12 anos e 12 títulos, depois subiu ao relvado da Luz para sentir na pele o carinho dos adeptos, a enorme consideração dos ex-colegas de equipa e o justo reconhecimento do Presidente Rui Costa, em função da dedicação e do respeito que sempre demonstrou ter pelo Benfica. Não é preciso ser um fora de série para granjear o respeito e a admiração de todos. Basta ser sério e honesto. André Almeida sai do clube como um dos nossos. Não é para todos. É para quem merece. 

Roger Schmidt chamou a atenção para o golo marcado ao min 34 (nº do André) para tudo ser perfeito. Eu digo que se aos 34, que na prática foi o min 35, lhes juntarmos os 3 golos da tarde, resulta no numero bonito (38) que em Maio queremos festejar. É mais um pormenor de como, às vezes, até os astros se alinham para enaltecer quem tudo fez por merecer. Quem tudo tem feito para fazer jus aos elogios da critica - imaginem o forrobodó se em vez do médio do Benfica fosse o Otávio cuspideira ou o Eustaquio a jogar a este nível - é João Mário. Cismou em dar razão aos verdadeiros verdadeiros que o queriam despachar de borla para longe e não há meio do Roger Schmidt o convencer do contrário! Um desmancha prazeres que, por esta altura, também deve estar a fazer as delícias dos sapos. Numa exibição a roçar a perfeição a que apenas faltaram mais golos fica mais difícil destacar alguém. De João Mário falou o treinador e já aqui destaquei o colectivo. Falta dizer que o Chiquinho foi Chicão e que ver o comendador Rafa Silva de regresso aos relvados foi...muito bom.

Ah, e que o Casa Pia foi obrigado a jogar os 93 minutos com 11. Parece ser um pormenor de somenos mas para quem teve de jogar toda a segunda parte com apenas 10 contra o onze habitual do clube da fruta, super reforçado com Nuno Almeida e Hugo Miguel, dá para perceber a diferença. E pronto, por razões impossíveis de ultrapassar, a ajudinha do Benfica aos sapos está dada. Se o Chermiti, a fazer de Paulinho, cumprir a sua obrigação de marcar 3 ou 4 golos ao Rio Ave, é muito provável que a saparia chegue ao jogo com o clube da fruta com 8 pontos de avanço do quinto classificado sem medos de perder o (quarto) lugar. Pode ser que assim nos devolvam a atenção.

E nada como terminar (quase me esquecia do acontecimento) com mais um recorde do Rónalde (rei da Arábia para o pasquim da fruta) que assinalou o regresso aos golos com o penalti do costume. Não terá sido o melhor penalti do mundo mas deu para matar as saudades.