Kickoff Gomes. Pior que corporativista é avalizar as trafulhices.

«Os árbitros portugueses erram tanto como os estrangeiros. Constatação não é corporativista, é real». Quem o afirma, num artigo de opinião no jornal ABolha, é o o ex-árbitro que num celebre Benfica - Sporting transformou, ao assinalar um penalti fantasma a favor dos sapos, uma vitória clara do Benfica num empate a duas bolas. Mesmo a jogar com menos um desde o minuto 53 o SL Benfica chegou aos 85 minutos a ganhar por 2-0, altura em que Marco Caneira respirou nas suas costas e o Jardel gritou, abrindo os braços, lançando-se num mergulho à Taremi/Paulinho para o relvado. Como um lince, Duarte Gomes, nada corporativista com a verdade desportiva, apontou para a marca de grande penalidade. Três minutos depois, Jardel - que devia ter sido expulso por acumulação de cartões amarelos pela grotesca simulação - marcaria de cabeça (sem ninguém por perto a soprar o seu cachaço) o golo do empate com que terminaria o jogo.

Os sapos lançavam-se definitivamente na conquista do titulo e o Benfica afundava-se até ao quarto lugar atrás do foculporto e Boavista. O ultimo jogo com as bancadas intactas da antiga Catedral ficou sujo para sempre com a marca indelével de um fiteiro agarrado, mais o cunho de um árbitro interesseiro que apresentou um critério disciplinar repugnante durante os 90 minutos que levou a beneficiar a saparia. 

Anos mais tarde, numa alegre cavaqueira, na SIC, com o Duarte, o antigo avançado justificou a oferta do ex-árbitro. "O penalti na Luz foi assim: o gajo cruzou, o João Manuel Pinto (foi Caneira) soprou e eu caí, penalti. Os jogadores do Benfica estavam a reclamar que não tinham tocado. Encheram uma piscina ali e eu vi logo a piscina" (...) "O vento estava muito forte e tive de ‘me jogar’. Vou pedir-te desculpa e depois pedes tu". Gomes respondeu, entre risos: "não tens de pedir desculpa, faz parte do jogo". Faz parte do jogo roubar o Benfica. Duarte Gomes, como o Proença, é daqueles confessos "benfiquistas" que eu sempre desejei ver pelas costas. Mais o rolha que o kickoff, é verdade, mas, ainda assim, se é para foder os benfiquistas a sangue frio que seja um legitimo representante do foculporto a fazê-lo. 

O problema dos árbitros portugueses - apesar da pouca apetência para o metier (incluindo os ex-árbitros comentadores que são tão sérios no teclado como quando sopravam no apito) da esmagadora maioria - nunca foi o de errarem muito, pouco, ou tanto como os congéneres estrangeiros. O indecoroso é errarem sempre para o mesmo lado, vários dias depois dos jogos e com milhentas repetições ao seu dispor. E porque chegam sempre por portas travessas à primeira liga, obrigados a pagar favores, estão sempre prontos a soprar no sentido que o vento sopra. E como há mais de quarenta anos até a mais leve brisa sopra sempre em direcção a Contumil...pó caralho, kickoff Gomes.