Olha a cabeça ó Ben-u-ron!

A viver confortavelmente dos juros dos dois penaltis não assinalados e de uma expulsão perdoada por Veríssimo no alvalixo, frente ao Benfica para o campeonato, Rui Borjão - já a contar com o João Pinheiro do costume na final da taça da liga que o Benfica, apesar da pinheirada, levou para o Cosme Damião - saiu-se com esta perola ao ser questionado pelos pés-de-microfone dos malefícios da ausência de Morita e das 24 horas de descanso a mais que o 'sorteio' amigo lhe proporcionara. «Para a dor de cabeça, a gente toma um Ben-u-ron ou Brufen e passa. Jogamos com onze, nunca me agarro à dificuldade, agarro-me à solução. Começamos com onze jogadores, vamos ser competitivos, vamos ser uma boa equipa, vamos manter a ambição e a coragem que temos tido e faremos um bom jogo». 

Sem Veríssimos nem Pinheiros (apesar de mais um penalti perdoado) e sem controlar o cabeção, esquecido da bravata, Rui Borjão chorou baba e ranho pelos lesionados, agarrou-se à carência do Morita, à falta de ar (excesso de pastilhas para...a tosse?) e à frouxidão do pulmão do melhor Gyokeres. Desde o grunho Nuno Santos ao Mustafá da casinha todos lhe fizeram falta nesta horinha de aperto! Dos pés-de-microfone nenhuma questão sobre o stock/déficit de Brufen e Ben-u-ron. Cabeções e dores de corno à parte, há que reconhecer o acerto das contratações de inverno, a começar pelo guarda-redes, que já estão a render pontos. Se excluirmos a falta do chá das segundas partes que Amorim levou para Manchester (veja-se a quantidade de jogos que não perdeu mercê dos muitos golos marcados para lá dos 90 minutos), percebemos que a potência está cada vez mais forte. Ainda mais por conseguir - apesar do assédio de todos os grandes clubes europeus dispostos a pagar as cláusulas milionárias - manter Gyokeres e Hjulmand os “dois melhores jogadores da liga”.

Se quisermos, o resultado obtido frente ao melhor Borussia de sempre (11º classificado do seu campeonato) acaba por ser bastante bom. Os comentadores sporttv não se cansaram de garantir que o Borussia, uma potência mundial, é muito melhor do que a classificação deixa perceber. E, olhando para as oportunidades perdidas pelos alemães, acabou por ser um resultado estratosférico. Nada de desanimar, como alguns verdadeiros sportinguistas, entrevistados à saída, que já culpavam o maqueiro Vagandas por ajudar o Benfica a sair da crise e o seu amigo Rui Costa a ganhar as eleições! Quem tem Rui Silva na baliza, Inácio, Esgaio, Quaresma, Morita, Gyokeres e Biel no banco de suplentes, Arauro, e o Messi da canela até ao pescoço (Hjulmand) a descansar, o mais certo é espetar outra goleada das antigas ao Borussia em Dortmund. E ainda há o pedigree (já viram o tamanho daquelas orelhas?) de Rui Borjão muito superior ao João Mandão. Se alguém tiver dúvidas pode perguntar ao Fernando estruMeira quem são os favoritos a chegar aos quartos de final da Champions League.

Se não correr de feição - embora um 0-4 em Dortmund, com os reforços de inverno, me pareça perfeitamente possível - já há uma versão a correr, segundo a qual, mesmo que a potência regresse da Alemanha com o saco cheio, é muito positivo para o campeonato onde será mais fácil a Rui Borjão gerir a falta do chá das segundas partes que o génio das conferências de imprensa levou com ele para Manchester.

PS: nos próximos dias, quem quiser seguir o GV no facebook terá de o fazer na página https://www.facebook.com/guachos.vermelhos. O perfil "Joaquim Gonçalves", da mesma rede social, manter-se-á inactivo até ver.