55 443 espectadores viram tudo isto e outras coisas que eu não vi, a julgar pelos assobios que alguns (nem sei como classificá-los) impacientes entenderam presentear Samuel Soares. Algo que todos vimos foi a outra estrela da noite enviada para a luz com o firme propósito de estragar a Eusébio Cup. Foda-se pá, o resultado era 'tão' importante que o treinador do Benfica proporcionou a 25 jogadores a honra de vestir o manto sagrado que o King prestigiou como ninguém. Que razão doentia terá levado um traste arbitral a desaguar na Luz na noite de ontem? Eu só vejo uma. Que tenha sido um pedido especial do Presidente Rui Costa para preparar os novos jogadores para a supertaça frente aos sapos. Por mais que esprema a mioleira não consigo encontrar outra.
Do traste já conhecíamos a sua eficácia desde o Sporting-Estoril onde assinalou um surreal penalti a João Carvalho, por um toque no braço (de ressalto quando se encontrava deitado), na sequência de um empurrão pelas costas do fuma shisha. E do Benfica-Farense, onde, com o resultado 3-2, não assinalou um penalti sobre António Silva que se viu em Marte (lance ocorrido aos 70 mts) passando o resto do jogo a empurrar o Benfica para perto da baliza de Trubin na esperança de acabar mais cedo o campeonato. A sanha persecutória foi tão grande que me recordo da forma abjecta como exibiu o cartão amarelo a Trubin por, aos 92 mts, 'retardar' por 10 segundos a reposição da bola em jogo! Ricardo Velho, sempre que lhe deu jeito, perdeu 30 segundos a cada vez que a bola chegou à sua posse.
Conseguiu indispor 55443 espectadores que o brindaram com monstruosas vaias (medalhas que recordará pela vida fora) perante sucessivas filhas da putice. Começando pelo fim, assim que o quarto árbitro levantou a placa de descontos que haveria de, mais do que duplicar a favor dos turcos, Helder Carvalho começou imediatamente a pressionar Samuel Soares para, rapidamente pôr a bola em jogo! Quando Richard Ríos foi ceifado por trás a preocupação do energúmeno foi recomendar calma aos jogadores do Benfica indignados.
Helder Carvalho não esteve sozinho no nobre propósito de demonstrar aos novos jogadores como é uma merda a arbitragem em Portugal. Na cidade do futebol, Paulo Barradas (VAR) e Pedro Felisberto (AVAR) também têem um futuro radioso pela frente. Demoraram 8 minutos a (não) validar os quatro golos do Benfica (isto já é doença, não é?) conseguindo roubar mais um, sem linhas para o 'demonstrar' nem nada que garanta (o pé esquerdo do defesa põe Joshua Wynder em jogo) a ilegalidade do lance, cuspindo na memória de Eusébio, na festa do golo e na progressão de Henrique Araújo. Esteve bem o Benfica em agraciar os trastes no final da Eusébio Cup. Mesmo roubados à tripa forra - as imagens não mentem (Otamendi ostensivamente agarrado dentro da área por duas vezes) - as lembranças que levaram para casa (acho que o Eusébio deu pelo menos umas 50 voltas no túmulo) foram efectivamente merecidas.
Melhor ensaio para a supertaça sem recorrer a António Nobre e Fábio Verdíssimo…era difícil. Isto porque não acredito que Luis Godinho, Tiago dois cêntimos e João Pinheiro - pais da roubadinha - estejam nas cogitações para emporcalhar a próxima supertaça. Será?