Escrever com as patas

MDCSDQT. Por muito que me esforce não encontro sigla mais apropriada para definir a Merda De Comunicação Social Desportiva Que Temos. O pasquim da fruta, onojo, por nem sequer tentar disfarçar, é o que menos asco me provoca. Nasceu para ser um dos braços armados do clube da fruta e assim se mantém, sabe-se lá com que recursos, até hoje. O rascord das petas, folha de couve dos sapos, do lagartoideómegalocéfalo Bernardete e do fruteiro Bitó Puinto, que durante largos anos conseguiu reinar como o mais reles pasquim desportivo, sofre hoje forte concorrência da "nem de borla" disposta a ajavardar mais fundo para lhe roubar o ceptro. A falência atrás da porta (não fossem os clics da internet há muito tinham fechado as fossas) provam como estão todos no caminho certo... 

Hoje cedo, no périplo online que faço para facilitar o transito intestinal, enquanto evacuava um Luis Mateus dei por mim a ler mais um pedaço de bosta - «Benfica: pequeno entre os pequenos e mais distante de ser grande entre os grandes» - da autoria do Mateus. Sabe-se como é. Sempre que o editor executivo da "nem de borla" liga o intestino grosso ao cérebro, algo que não prescinde quando dá uso às falangetas, jorra merda abundantemente. Uma lição de como transformar um bom resultado num desastre anunciado.

Eu não me lembro de um coice tão grande a um profissional (Bruno Lage) que, goste-se ou não, tudo faz para manter o nível. Não me recordo de um arrazoado tão desprezível (nem mesmo de outro escarro do Mateus) como o vómito, em forma de crónica insidiosa, do editor chefe da nem de borla. Mateus está com a cornadura inchada porque o Benfica, segundo ele, repleto de jogadores inadaptados, sem explosão e sem classe, não foi além de um empate em Istambul. Os livros que dizem que o ataque ganha jogos e a defesa campeonatos, estão todos desactualizados. "Defender é uma arte, sem ironias, porém não ganha jogos" - diz a azêmola. Eu nem consigo imaginar a quantidade de orgasmos múltiplos que o editor executivo da nem de borla experienciou com o futebol criativo de Robie van Persie, no Fenerbahçe 5-2 Feyenoord. O neerlandês sim é um treinador que preenche as noites solitárias e as pívias a solo do Mateus.

Luis Mateus não é o primeiro jumento a afirmar que o empate no Fenerbahçe aumentou o risco do Benfica ser eliminado. José Mourinho, doutor da mula russa, já o insinuou e muito outros fecundados de Istambul alinham pela mesma cartilha. Raramente um empate terá provocado tanta azia. A imprensa em geral vive tempos de completa escuridão. O povo, que mais tarde ou mais cedo acaba por (não) lhe dar o que merece, cada vez mais a despreza. Como é que ainda há benfiquistas a comprar a nem de borla é, para mim, um mistério. 

Como eu desde cedo perspectivei Richard Ríos, além numero na costas transporta um alvo onde toda a escória jornalista faz questão de acertar. Num Ápice, o agora jogador do Benfica que, ao peitar Otamendi num Argentina-Colômbia, se tronara ídolo da MDCSDQT, tornou-se uma fonte de incontornáveis problemas. Se Ríos não sabe atacar, Richard não sabe nadar. Se Ríos não tem ritmo europeu, Richard não consegue criar. Se Richard não acelera, Ríos não sabe correr. Se Ríos não remata, Richard não mata. Juntos não fazem um. E um não serve para nada. Estão a ficar-lhe caros os festejos da supertaça que venceu frente aos sapos! 

No rascord das petas, a música é outra. Em menos de um traque o Fenerbahçe passou de papão a traste. Na Luz, abaixo dos 15-0 será uma desgraça.