Fernando Pimenta e alma até (João) Almeida!

Depois do desastre do conflito mediatizado Bruno Lage/Kökçü - com culpas maiores para o treinador - o Presidente Rui Costa (não é só criticar por criticar) soube interpretar os sinais de hecatombe no horizonte para tratar entre portas do assunto da melhor forma. Agora só falta, quando forem metralhados pelos pés-de-microfone sedentos de sangue, responderem como se impõe: assunto encerrado, ponto final parágrafo. Tudo o que for para além disto é (continuar a) dar tiros nos pés e fornecer-lhes gasolina para manterem o circo a arder. Comunicar (bem) nem custa tanto assim. Basta pensar com antecedência...e venha daí o Bayern. Para árbitro, a FIFA do Xistra mexicano César Ramos, nomeou o francês François Letexier de (recente) má memória para o Benfica. Foi ele que não viu o braço esquerdo de Iñigo Martínez no caminho da bola dentro da grande área do Barcelona, no jogo que ditou o afastamento do Benfica da Champions League. Talvez fosse uma boa altura, agora que o Bayern até já está classificado, para devolver o penalti roubado ao Benfica. 

De Fernando Pimenta - sagrou-se, pela quarta vez, campeão europeu de K1 5.000 metros nos Campeonatos da Europa de canoagem de velocidade de 2025 - vale bem a pena falar. Em número de títulos é, de longe, o desportista mais consagrado e medalhado da história do desporto nacional. Condicionado por duas maleitas inultrapassáveis - ser do Benfica e praticar uma modalidade nada mediatizada em Portugal - Pimenta, medalhado olímpico de prata e bronze, nove vezes campeão do mundo, nove de prata e sete bronze, sete vezes campeão da Europa, oito de prata, nove bronze e mil outras medalhas em taças do mundo, universíadas, juniores e sub 23, nunca viu a sua carreira estratosférica e o prestigio mundial minimamente respeitados em Portugal. Os governantes, que correm para as fotografias a cada bufa do Rónalde, fogem dele como fuma shisha quer fugir do alvalixo. Por uma vez, bem abolha e o rascord, nos escaparates.

Volta à Romandia, Volta ao País Basco, Volta à Suíça! João Almeida pelo que já conquistou na modalidade - onde se roda a velocidades estonteantes - já demonstrou estar nos 5 melhores ciclistas do mundo. Demonstrou-o com vitórias, troféus e lugares honrosos. Ontem - ao vencer brilhantemente a volta à Suíça - tornou-se o 3º ciclista da história a conquistar três corridas de uma semana do World Tour (divisão de elite do ciclismo) na mesma época. Apenas Sean Kelly e Bradley Wiggins o tinham conseguido até agora. Figura de proa na UAE, só o extraterreste Tadej Pogačar mostra estar acima dele. Os comentadores da Eurosport, com pérolas como a que o João Almeida só foi informado pelo repórter que tinha vencido o contra-relógio e a camisola amarela, põem-se a jeito para se tornarem chacota do povo. Comparados com a bosta que polui as transmissões futebolísticas são autênticos fenômenos do conhecimento da modalidade e da escorreita palavra. Caríssimos, é para valentes passar 5 ou 6 horas a encher chouriços numa etapa de duzentos quilômetros decidida nos últimos metros ao sprint! Mal, muito mal, a Eurosport, a fechar a emissão sem mostrar o João a envergar o símbolo maior da competição.